“Quantas pesquisas estão sendo feitas na rede pública estadual? Quantos investigadores existem nessas unidades? Não sabemos. Queremos e precisamos ter essas informações, até porque sem informação não há financiamento.”
O questionamento foi feito pelo subsecretário estadual da Saúde, o médico Roberto Badaró, durante palestra sobre o tema “Responsabilidade e compromisso com a Pesquisa”, dando início à Reunião Ampliada – Fluxo de monitoramento de pesquisas nas unidades de saúde da Rede Sesab.
O evento, iniciativa da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), por meio da superintendência de Assistência Farmacêutica, Ciência e Tecnologia em Saúde (Saftec), reuniu durante toda essa terça-feira (12), no auditório da Divast, diretores das unidades de Saúde da Rede Sesab e representantes das Comissões de Ensino e Pesquisa das respectivas unidades, com o objetivo de conhecer a situação atual no que se refere ao monitoramento das pesquisas realizadas nas unidades da Sesab e discutir a modernização desse processo.
Durante a instalação do encontro, o superintendente de Assistência Farmacêutica, Ciência e Tecnologia em Saúde, Gilmar Vasconcelos, lembrou que o fomento à pesquisa vinha sendo trabalhado desde o ano passado pela Sesab, mas “estamos fortalecendo ainda mais essa pauta, com a parceria do subsecretário Roberto Badaró, cientista com vasta experiência na área”. Vasconcelos disse que para o controle e monitoramento das pesquisas dentro das unidades é necessário que os gestores estejam acompanhando esses trabalhos.
Temas relacionados à responsabilidade e compromisso com a pesquisa e a reestruturação do fluxo de monitoramento de pesquisas nas unidades de saúde, por meio da implantação de um sistema informatizado que permitirá o acompanhamento mais sistematizado dos estudos desenvolvidos foram destaque durante a reunião, que contou também com as presenças da diretora da Ditec (diretoria de Ciência, Tecnologia e Informação em Saúde), Maridete Simões, e do diretor de Modernização Administrativa, Rogério Velame.
Atividade importante
Para Roberto Badaró, por causa do “hiato entre a instituição e o pesquisador, vivemos a reboque de países onde a pesquisa é uma atividade de grande importância”. Em sua palestra, o subsecretário da Saúde falou que a regulamentação da pesquisa precisa ser muito bem fundamentada e nessa regulamentação, “estamos mais de 20 anos atrasados em relação a países mais desenvolvidos”. Ele acrescentou ainda que o termo de consentimento livre e esclarecido dos pacientes é indispensável para a condução ética do estudo, mas é de igual importância a legitimidade do propósito do estudo.
Levantamento apresentado pelo subsecretário, realizado entre pesquisadores no período de 1987 a 2005, apontou que 2% confessaram já ter praticado má conduta grave; 33% confessaram ter praticado conduta ao menos eticamente questionável; 14% declararam já ter observado a prática de má conduta grave, mas não denunciaram e 72% declararam ter observado condutas questionáveis por parte de outros pesquisadores. Esses dados comprovam, segundo Roberto Badaró, a necessidade de um sistema regulatório, bem como a responsabilidades dos Comitês de Ética em Pesquisa.
Fonte: Sesab
Redação Saúde no Ar*
João Neto