O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está com apenas 26,6% do número de analistas necessários para ações de fiscalização. Ainda no mês de maio de 2021 a Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas (CGGP) do instituto manifestou interesse em realizar concurso público para a contratação de 2.348 servidores. Desses, 1.264 atuariam como analistas ambientais da Diretoria de Proteção Ambiental.
Contudo, atualmente, apenas 458 funcionários cumprem essa função. De acordo com o Ibama o instituto tem menos de 50% de suas vagas ocupadas. Dessa forma, a situação tende a piorar diante do “altíssimo índice de aposentadorias que deverão ocorrer nos exercícios (anos) vindouros”.
Além disso, a presidência da autarquia demorou 40 dias para encaminhar ofício ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) solicitando a pasta obtenha, junto ao Ministério da Economia, a autorização para realização de um concurso público. O Ibama solicitou um efetivo considerado ideal e solicitado pela CGGP.
O Presidente da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema), Denis Rivas, afirmou que o pedido enviado ao ministério se trata de uma “tentativa de desmonte do Ibama”.
“Acho surpreendente como a nota técnica indica uma falta tão grande de servidores e o pedido aborda uma reposição tão pequena. Trata-se de mais um ataque ao Ibama, que tem hoje o seu menor orçamento dos últimos 21 anos, e que desde 2019 vê as Forças Armadas assumirem a fiscalização da Amazônia“.
Enquanto isso, até o mês de junho de 2021 o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registrou 2.308 focos de incêndio na Amazônia. De acordo com o histórico do órgão, o pior mês de junho desde 2007, quando o instituto registrou 3.519 focos. Anteriormente, em maio deste ano, foram 1.166 focos de incêndio. Ou seja, o número quase dobrou no intervalo de 1 mês.