IA para prevenção do infarto

Pesquisadores da Unicamp criaram um exame mais preciso para prevenir o infarto.

Pesquisadores da Unicamp desenvolveram uma tecnologia, a base de inteligência artificial, que consegue revelar as placas de gordura na região das carótidas logo no início, o que pode ajudar a prevenir o infarto. Seria um exame mais barato, utilizando o próprio equipamento de ultrassom que os hospitais normalmente já têm.

No exame de ultrassom, a inteligência artificial consegue identificar a camada mais interna da artéria, chamada de “íntima”, e analisar a espessura das placas de gordura logo no início da formação.

“Esse depósito de gordura se manifesta como um derrame, ou como infarto, e metade desses indivíduos não consegue chegar no hospital, morrem antes mesmo de serem atendidos”, diz Andrei Sposito, professor de cardiologia e coordenador da pesquisa da Unicamp.

As placas de gordura se formam por vários fatores como tabagismo, pressão alta, diabetes, má alimentação e obesidade. O estudo publicado por médicos da Unicamp em uma revista científica internacional relaciona o maior risco de infarto ao acúmulo de placas de gordura nas carótidas, as artérias que levam sangue do coração para o cérebro.

“O que a gente está vendo é uma artéria que está aqui no pescoço, que é muito fácil de você acessar. Mas olha que legal: eu consigo a partir daqui talvez imaginar o que está acontecendo aqui sem precisar estar vendo o coração”, diz Wilson Nadruz Junior, professor de Cardiologia da Unicamp.

“Quando você tem a placa de gordura você está caminhando para um infarto, você está desenvolvendo a doença que vai gerar o infarto. Então, no momento que a gente detecta isso, um cuidado médico, com mudança do estilo de vida, medicações quando apropriado, pode paralisar esse processo e até regredir isso. Essa é uma oportunidade de ouro antes que aconteça um evento mais grave”, explica Andrei Sposito.

Apesar de o número de doenças cardiovasculares seguir aumentando, o índice de mortalidade por ataques cardíacos diminuiu significativamente, graças a medidas preventivas e melhores cuidados médicos de emergência.

A inteligência artificial é capaz de detectar potenciais ameaças a tempo, e este é seu grande trunfo: a partir de uma variedade de dados de exames, a IA pode encontrar padrões ou irregularidades específicas com muito mais rapidez que os mais bem treinados profissionais.

a IA poderia salvar a vida de milhares de pacientes com dores no peito e cujo risco de um ataque cardíaco não tenha sido detectado em uma tomografia computadorizada – muitas vezes, estreitamentos sutis nas artérias coronárias acabam passando batido nos exames mas, em caso de inflamação, podem se romper e bloquear as artérias, provocando um infarto.

O Ministério da Saúde estima que o infarto é responsável por 400 mil mortes por ano no Brasil. A principal causa do infarto é a “aterosclerose”, a formação de placas de gordura no interior das artérias que pode interromper o fluxo do sangue para o coração.

Fonte: Jornal Nacional

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