Com 400 pacientes LGBTQIAPN+ em acompanhamento, Hupes promove nova capacitação de profissionais para atendimento especializado

Nova rodada de treinamento acontece nesta quarta-feira (21) e quinta-feira (22)

Salvador (BA) – O Hospital Universitário Professor Edgard Santos, da Universidade Federal da Bahia e vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Hupes-UFBA/Ebserh), realiza, nesta quarta-feira (21) e quinta-feira (22), capacitação de profissionais com foco atendimento humanizado e multiprofissional para população LGBTQIAPN+. O objetivo é promover um ambiente de compreensão dos aspectos relacionados às especificidades da população LGBTQIAPN+ durante a hospitalização, visando o enriquecimento do cuidado no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Na programação, temas como esclarecimento sobre sexo biológico, identidade de gênero, orientação sexual, o processo de transexualização e a legislação e o direito de ser tratado conforme a identidade de gênero da pessoa. O enfermeiro responsável técnico pela Comissão de Educação Permanente em Enfermagem do Hupes-UFBA, Valdenir Almeida da Silva, explica que o curso envolve também os direitos de usuários do SUS, como o tratamento de forma digna e respeitosa.

“A importância do atendimento humanizado está relacionada primeiro com o princípio da dignidade humana. Todas as pessoas precisam ser tratadas de forma digna, de forma respeitosa, livre de qualquer discriminação, inclusive transfobia e homofobia. Existem legislações que asseguram esse direito. Então o SUS, enquanto produtor de saúde, não pode ser um reprodutor de processos discriminatórios”, disse.

O Hupes-UFBA conta com o Ambulatório Transexualizador e é referência no atendimento no estado da Bahia. “A instituição já está recebendo pessoas referenciadas e essa demanda tende a aumentar conforme elas se tornem aptas para as cirurgias de redesignação genital. Então há a necessidade de prestar um atendimento digno e humanizado por todas as pessoas que atuam na instituição, não somente pela equipe de enfermagem”, enfatizou.

A capacitação é fruto de uma mobilização do TRANS-UFBA, um coletivo de pessoas trans no âmbito da Universidade Federal da Bahia que são usuárias do SUS, em parceria com a Comissão de Educação Permanente em Enfermagem (CEPE) e a Divisão de Enfermagem. A primeira edição aconteceu nos dias 6 e 7 deste mês e contou com a participação do professor e coordenador do Ambulatório Trans do Centro Estadual Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa (CEDAP/Sesab), Ailton Silva Santos, e a enfermeira do Ambulatório Transexualizador, Sarah Castelo Branco Andrade.