Casais que têm tido algum tipo de dificuldade para engravidar, seja ela já diagnosticada ou não, agora podem contar com o chamado aconselhamento reprodutivo. O Hospital da Mulher, no Largo de Roma, em Salvador, mantém uma equipe multidisciplinar que investiga, diagnostica e pode fazer tratamento para os casos de baixa complexidade e que não precisem de manipulação de sêmen ou óvulo. O setor também avalia o potencial reprodutivo das pacientes, caso tenham que passar por algum tipo de cirurgia, como nos casos de endometriose.
O hospital mantém médicos e psicólogos preparados para acolher e dar o direcionamento necessário, o que também se estende aos companheiros das mulheres. Para ter acesso aos serviços, as pacientes precisam ser encaminhadas pelos seus médicos, por meio da Central Estadual de Regulação. De acordo com o ginecologista e obstetra Agnaldo Viana, especialista em reprodução humana, algumas pacientes acompanhadas pela unidade de saúde já têm obtido sucesso com o tratamento.
“A paciente pode chegar com uma suspeita ou diagnóstico de infertilidade. O casal realiza uma série de exames e conseguimos orientar se essas pessoas podem ou não fazer esse tratamento aqui. Para casos de baixa complexidade, fazemos estimulação ovariana e acompanhamos com ultrassom. Já temos casos de gestação em mulheres que têm distúrbios de ovulação e homens com alterações discretas no sêmen”, explica Viana.
Paciente do médico no Hospital da Mulher, a bióloga Jamile Celestino destaca que o aconselhamento tem sido decisivo para o processo. “Há três anos, eu e meu marido tentamos engravidar. Da última vez que fiz todo o ciclo, acabou não acontecendo na primeira tentativa e eu cheguei a pensar em desistir. Cheguei a dizer ao doutor Agnaldo que não queria mais tentar, mas ele foi muito atencioso e calmo. Ele me explicou que o processo é assim mesmo e me deixou mais animada para continuar. Estou muito satisfeita com o atendimento que estou recebendo. Fui muito bem atendida desde que cheguei aqui”, afirma a bióloga.
Além do acompanhamento ambulatorial, o Hospital da Mulher oferece acompanhamento psicológico para as pacientes e também para os companheiros. Segundo a psicóloga da unidade, Márcia Aquino, essa etapa ajuda no sucesso do tratamento. “As famílias que passam pelo processo de reprodução muitas vezes têm muitas dúvidas, estão ansiosas, sentem-se cobradas pelas famílias, pela sociedade, e entendemos que esses pacientes precisam de uma atenção especial. Cuidamos do bem-estar deles através da escuta qualificada. É um processo de humanização e sensibilização do atendimento médico, trabalhando nessas pessoas aspectos como a angústia e a ansiedade”, comenta a psicóloga