Hospital Albert Eintein realiza exame para diagnosticar Alzheimer

O Hospital Albert Einstein em São Paulo,  passa a realizar, neste mês, um exame automatizado para o diagnóstico de Alzheimer.

No Brasil, cerca de 1,2 milhão pessoas vivem com alguma forma de demência e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano. Em todo o mundo, o número chega a 50 milhões de pessoas.

No passado, as amostras de líquor coletadas pelo hospital eram enviadas para o exterior, levando de 6 a 8 semanas para os resultados. Mais recentemente, o Einstein já havia internalizado a análise do material, mas a realizava de forma manual, em até 10 dias.

Agora, com a automação, será possível simplificar o processo analítico, além de excluir interferentes por ser um sistema fechado de diagnóstico. A vantagem vai além dos muros da organização, já que seu laboratório também presta serviços para outros hospitais e laboratórios em todo território nacional.

O exame é capaz de avaliar de maneira simplificada e padronizada a dosagem de biomarcadores TAU e beta-amiloide no líquor, proteínas que têm associação com a doença, com resultados rápidos (em menos de 20 minutos) e de alta precisão.

De acordo com Ivan Okamoto, neurologista do Núcleo de Excelência em Memória (Nemo), do Einstein, cada vez mais se faz importante um diagnóstico preciso da Doença de Alzheimer. Isso porque, “se antes as intervenções mais efetivas junto a pacientes com doença inicial não existiam, atualmente, os avanços da medicina vêm ampliando as possibilidades de tratamentos nesse grupo de pessoas”, comenta.

Segundo o especialista, a Doença de Alzheimer pode se iniciar de 15 a 20 anos antes do seu primeiro sintoma clínico. O paciente sem manifestação clínica entra em uma fase de “comprometimento cognitivo leve” (CCL) e, depois, passa para um estágio mais avançado da doença, que pode ser leve, moderado ou grave.

Os sintomas se desenvolvem de forma progressiva, em geral começando com comprometimento da memória, seguido de deterioração em outras habilidades cognitivas, resultando em perda gradual da capacidade de realizar atividades da vida diária e impactando não só a memória, como a linguagem e a percepção do mundo.

Embora o comprometimento cognitivo leve não seja determinante para o desenvolvimento de distúrbios neurodegenerativos progressivos, cerca de 35% dos pacientes que apresentam este fator evoluem para demência com traços de Alzheimer². A busca por um médico especialista e por um diagnóstico no momento certo é crucial para aconselhamento, planejamento de tratamento e cuidados mais adequados para cada fase da doença.

O neurologista destaca que o check-up de memória envolve testes clínicos simples de rastreio com avaliação neuropsicológica e exames de imagem, como o PET amilóide cerebral. Mas, com o apoio de inovações como a disponibilizada pela Roche Diagnóstica, a detecção da doença pode ser realizada em estágios iniciais a partir de biomarcadores, o que contribui para interromper sua progressão.

Segundo Okamoto, o avanço na agilidade no diagnóstico da doença é de suma importância, à medida que, cada vez mais, se estudam e aprovam medicamentos para o tratamento de casos de comprometimento leve.

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