Hipertensão x Covid-19: descontrole aumenta riscos de morte

Como um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares; a hipertensão arterial tem exigido um olhar diferenciado durante a pandemia por também estar associada a uma maior incidência de complicações e mortes em caso de infecção pelo novo coronavírus.

Contudo, apesar dessa relação apontada por estudos científicos, muitos pacientes retardaram ou até abandonaram o tratamento diante do medo de contaminação ao frequentar consultórios médicos e ambientes hospitalares; dessa forma aumenta as chances de complicações pela doença, independentemente da associação com a Covid-19.

A hipertensão atinge uma média de 25% da população adulta no Brasil – entre 35 e 40 milhões de pessoas – e responde por cerca de 350 mil óbitos anuais; de acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH). Crônica e multifatorial, a hipertensão é responsável também por 80% dos casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC). O alerta sobre a doença é reforçado por especialistas diante da proximidade do Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial – 26 de abril.

De acordo com o especilista Eduardo Darzé, diretor-geral do Hospital Cárdio Pulmonar ;“No caso da Covid-19, os hipertensos podem ter mais chances de complicações pela forma grave da doença, com maiores riscos de morte. Por isso, é importante que o paciente mantenha o acompanhamento de rotina e não interrompa por conta própria o uso dos medicamentos prescritos pelo médico assistente

O especialista diz que é preciso manter todos os cuidados para evitar a contaminação pelo novo coronavírus, “mas não se pode negligenciar o acompanhamento médico de rotina, pois, além do AVC.

Novos parâmetros

Desse modo, no final de 2020, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) atualizou dados e lançou a nova edição da Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial (DBHA); que altera padrões para diagnóstico e tratamento.

Uma das mudanças está ligada a valores de referência para a detecção da doença pela Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA). A diretriz passou a considerar hipertensão arterial quando as medidas realizadas em casa são iguais ou superiores a 130 mmHg x 80 mmHg. “Antes, o parâmetro para hipertensão era igual ou maior que 135 mmHg x 85 mmHg pela MRPA. Na avaliação em consultório, os valores de referência continuam 140 mmHg x 90 mmHg”, explica Darzé.

O documento da SBC ainda considera como pressão “normal ótima” a que registra números abaixo de 120 mmHg x 80 mmHg. A faixa entre 120 e 129 mmHg e 80 e 84 mmHg é considerada “normal”, mas não ótima e deve ser acompanhada por um especialista.

Além disso, com ou sem pandemia, o cardiologista reforça que a prevenção contra a hipertensão e o controle da doença partem de hábitos saudáveis.

 

 

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