A obesidade é uma das doenças mais desafiadoras e perigosas do século XXI, devido aos hábitos alimentares e estilo de vida de toda a população.
A obesidade é uma doença crônica, epidêmica, complexa e multifatorial causada por um balanço energético positivo, resultando em aumento de gordura corporal e peso, destaca a endocrinologista pediátrica do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), do Complexo Hospitalar da UFC (CH-UFC), Ana Paula Montenegro.
Em crianças a doença pode levar a doenças graves na vida adulta, incluindo síndrome metabólica, doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. De acordo com a especialista, aumenta o risco de complicações como ovário policístico, apneia obstrutiva do sono e neoplasias. Além disso, a criança obesa tem maior probabilidade de desenvolver puberdade precoce, principalmente se for menina. O tratamento da obesidade requer uma abordagem multiprofissional, com a participação da família e apoio psicológico, pois a ansiedade é um fator relevante na doença.
O tratamento precoce, com mudança no estilo de vida, é a primeira opção, porém, em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicamentos de forma individualizada.
Obesidade infantil e bons hábitos
Na visão do endocrinologista pediátrico do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD), Paulo Serra Baruki, a obesidade infantil é um problema complexo que exige a participação ativa da família. Para combater, é necessário identificar a relação da criança com a alimentação. Os pais são os principais responsáveis pelos hábitos alimentares saudáveis e pela escolha dos alimentos que são oferecidos.
O especialista recomenda refeições realizadas em conjunto, para fortalecer os laços de afeto e ensinar a mastigação lenta e consciente, bem como priorizar alimentos saudáveis. Além disso, precisa evitar alimentos industrializados, ricos em açúcar e gordura, como biscoitos, refrigerantes, bolos, sorvetes e refeições prontas congeladas.
. Além disso, é preciso considerar a idade, habilidades e desenvolvimento da criança para orientar atividades físicas regulares. A prática regular de atividade física ajuda as crianças a perderem peso e previne doenças. Para incentivar o exercício, é necessário limitar o tempo de telas, procurar atividades que a criança goste, envolver a família em práticas ao ar livre e permitir que ela experimente diversas atividades, como judô, natação, karatê, escolinha de futebol ou dança.
Criança não fica obesa sozinha
A endocrinologista pediátrica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), Renata Machado Pinto, observa que há uma crescente falta de compreensão em relação ao considerado um estilo de vida saudável para as crianças e, assim, muitos consideram que uma obesa está dentro da normalidade.
Tratar a obesidade infantil é complicado, assim como na vida adulta. Mas, ao contrário dos adultos, a criança não fica obesa sozinha, “não tem como exigir que uma criança coma de uma forma mais saudável, sem ultraprocessados ou guloseimas no dia a dia, se dentro de casa tem isso”, esclarece Renata.
Rede Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Com informações Ebserh