Uma pesquisa recentemente publicada na prestigiada revista científica “Current Biology”, aponta que hábitos irregulares de sono podem estar ligados ao desenvolvimento de câncer. O estudo mostra novamente as preocupações sobre o impacto negativo na saúde de pessoas que trabalham por turnos.
Muito comum no sistema trabalhista as pessoas executarem suas atividades em turnos, todavia podem está sujeito a mudanças de horários para atender à demanda do empregador. Motivo que altera o padrão de hábitos como sono e alimentação. Segundo os pesquisadores, as mulheres com risco genético de câncer de mama, por exemplo, nunca deveriam trabalhar por turnos.
Realizada com camundongos, as análises, mostraram que os animais que dormiam em horários irregulares eram 20% mais pesados, mesmo comendo a mesma quantidade de alimento que os demais.
Na pesquisa, os camundongos propensos a desenvolver câncer de mama tiveram seu relógio biológico adiado em 12 horas por semana durante um ano. Devido a interrupção regular de seus padrões de sono, os tumores nos animais apareceram oito semanas mais cedo – geralmente apresentado após 50 semanas.
De acordo com o relatório, esse “é o primeiro estudo que mostra de forma inequívoca uma ligação entre as inversões crônicas de luz-escuridão e o desenvolvimento de câncer de mama”.
Em contrapartida, a relação entre alterações nos padrões de sono e alimentação com o desenvolvimento do câncer ainda é considerada incerta pelos cientistas, já que pessoas que trabalham em turnos podem ser mais propensas a desenvolver câncer devido a fatores como classe social, níveis de atividade ou quantidade de vitamina D que recebem.
Mesmo com dificuldades de explanar as consequências para o ser humano, os estudiosos estimaram que o efeito equivalente poderia ser 10 kg a mais ou um risco aumentado de as mulheres contraírem câncer de cerca de cinco anos antes.