Guia para enfrentar os caminhos das drogas

Psicóloga Cleuza Canan mostra em livro como cresce a dependência química liderada pelo álcool

O consumo excessivo de álcool pode ser trampolim para a dependência química de outras drogas e com agravante: o início é precoce, até por crianças de nove anos, e acontece dentro de casa. É o que constata a psicóloga Cleuza Canan ao longo de mais de 40 anos como especialista no tratamento de dependentes químicos, terapia familiar, cognitivo-comportamental e de adolescentes. Em seu novo livro “Guia de transformação de um dependente químico – faça certo que dá certo”, lançado pela editora Appris, ela traça ampla radiografia com histórias, reflexões e caminhos para a superação, a partir de sua experiência com êxito no atendimento de mais de 10 mil casos.

A autora conta que os principais desafios enfrentados pelas famílias de dependentes químicos nos dias de hoje são criar barreiras protetivas frente a permissividade e disponibilidade das drogas em todos os segmentos da sociedade. No livro, Cleuza Canan traz a importância da mudança de comportamento para superar a dependência química de acordo com as etapas da evolução da recuperação.

“A proposta é motivar todos os envolvidos na busca de tratamento. E a aceitação da doença e do tratamento é o primeiro passo. Engajamento das pessoas próximas ao dependente no processo de recuperação, continuidade dos autocuidados, seguindo regras e princípios para a manutenção da abstinência são outros pontos muito importantes”, completa.

A psicóloga detalha no livro o método que utiliza no tratamento de dependentes de álcool e outras drogas com apoio de equipe multidisciplinar, o “Faça certo que dá certo”.   Trata-se de um treinamento de habilidades comportamentais, simples e práticas, que auxiliam a família e o paciente a aumentar a rede de proteção e diminuir os fatores de risco que levam ao uso de drogas. Através de um protocolo terapêutico que respeita as fases de evolução da abstinência, o profissional treina, supervisiona e controla de maneira objetiva as transições dessas fases.

O álcool continua no topo como a droga mais consumida no país e estima-se que o uso é maior na faixa etária entre 18 e 25 anos, diz Cleuza Canan. No Brasil, onde não há controle sobre acesso a bebidas alcoólicas, a tendência foi aumento do consumo durante a pandemia.   “A falta de função paterna, aumento da permissividade para experimentar e a vulnerabilidade da idade predispõem o jovem a se arriscar mais e envolver-se em situações que favorecem o consumo desde cedo. E com a predisposição para a doença, ele poderá desenvolver a dependência rapidamente”, afirma a psicóloga.

Sobre Cleuza Canan:  é psicóloga, especialista no tratamento de dependentes químicos, terapia familiar, terapia cognitivo-comportamental e de adolescentes. Atua há mais de 40 anos no tratamento, recuperação e prevenção à dependência química. Atualmente trabalha em Curitiba, no Paraná, com uma equipe multidisciplinar para melhor acolher e atender as necessidades específicas de cada pessoa, aplicando técnicas e métodos eficazes na busca de qualidade de vida e estabilização da doença.

O lançamento do livro,”Faça certo que dá certo”, de Cleuza Canan,   será no dia 26 de junho, às 19h, na Livraria da Vila do Pátio Batel Shopping (Avenida do Batel 1868), em Curitiba.

 

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