Bolsonaro privilegia regiões Sul e Sudeste, que tiveram aumento no número de famílias beneficiadas.
As regiões Norte e Nordeste seguem vítimas da política cruel de corte de benefícios do Governo Federal. Dados do Comitê Técnico da Assistência Social do Consórcio Nordeste mostram que, de dezembro a fevereiro de 2021, o Nordeste teve uma redução de 48 mil famílias beneficiadas pelo Bolsa Família. Outras 13 mil famílias foram cortadas na região Norte, no mesmo período.
Paralelo a isso, as regiões Sul (+ 26.504), Sudeste (+ 21.479) e Centro Oeste (+ 4.090) registraram aumento no número de famílias beneficiadas pelo governo de Jair Bolsonaro.
“É incompreensível, não existe lógica além da perversidade, que explique os cortes de benefícios nas duas regiões mais vulneráveis e com a maior parte da população mais pobre do país. Em meio a um dos momentos mais difíceis, o governo corta benefícios de quem mais precisa. É um absurdo que pode custar a vida de muitas pessoas”, afirma o secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia, Carlos Martins.
A Bahia é o estado do Nordeste que mais perdeu benefícios: foram excluídas 12.706 famílias entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021. Em seguida vem Ceará (- 8.639), Pernambuco (- 7.550) e Maranhão (- 6.609).
Em número absoluto, a Bahia também é o estado com o maior corte de benefícios em todo o país. Ao mesmo tempo, Minas Gerais (+ 23.047), Rio Grande do Sul (+ 12.119) e Paraná (+ 9.693) registraram aumentos expressivos.
Os nove estados nordestinos tem hoje uma demanda reprimida de 673.842 mil famílias. Ou seja, mais de 670 mil famílias possuem perfil para o programa, mas estão na chamada fila de espera.
“Esse governo já demonstrou por A mais B que a lógica social é a da perversidade. Não se trata de incompetência ou erro, mas da vontade deliberada de fazer sofrer a população das regiões onde o presidente encontra menos apoio popular”, diz Martins.
No comparativo entre dezembro de 2019 e dezembro de 2020, todas as regiões do país registraram aumento no número de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família. Mas, no Nordeste e no Norte do país, teve crescimento muito menor do que nas outras regiões.
Dessa forma, nesse período, o número de famílias beneficiadas cresceu 6% na região Norte e 5% na região Nordeste. As regiões Sul (16%), Sudeste (14%) e Centro Oeste (13%) registraram o dobro do crescimento percentual no Norte e Nordeste.
De acordo como secretário da Bahia, “A falta do pagamento do Auxílio Emergencial, mas o corte expressivo no Bolsa Família colocam as duas regiões em rota de colisão com uma crise social ainda mais aguda. Além da falta de vacinas para retomar a vida normal, a população mais pobre ainda enfrenta ataques violentos de direitos sociais por parte daqueles que deveriam garantir alimentação e sustento nesse período”.
Além disso, o assunto foi tema do programa Excelsior Saúde desta quarta-feira (24); onde Patricia Tosta, entrevistou Carlos Martins – secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia a respeito do tema
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