O governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, decidou não participar do Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD) para o período de 2024 a 2027, destinado ao segundo ciclo do ensino fundamental, 6º ao 9º ano.
São Paulo abre mão de um montante de cerca de R$ 120 milhões, apenas considerando o fundamental 2. Com a decisão, 1,4 milhão de alunos não receberão livros didáticos impressos no ano que vem.
Além disso, a partir de 2024, a rede de educação paulista terá apenas conteúdo didático digital, não mais o livro impresso, a partir do 6º ano do fundamental. A informação divulgada pela Folha de S. Paulo.
Ângelo Xavier, presidente da Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais (Abrelivros), afirmou:
“A Secretaria do Estado de São Paulo estava fazendo uma pesquisa com as escolas justamente no caminho oposto, perguntando qual o modelo de ensino elas entendiam ser melhor para o aprendizado. Então quando tomamos conhecimento da decisão de Renato Feder (que comanda a Secretaria de Educação), ficamos bastante preocupados”. “A nossa surpresa foi com a forma como a decisão foi tomada”,
“A Suécia, por exemplo, deu um passo atrás com o digital, decidindo usá-lo mais como um recurso extra. Essa decisão do Governo de São Paulo vai totalmente para o lado oposto”, comenta. “Nossa preocupação é também em relação às 3.280 escolas do ensino fundamental em São Paulo e com seus alunos que – muitas vezes – nem têm acesso ao digital”.
O Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) é destinado a avaliar e a disponibilizar obras didáticas, pedagógicas e literárias, entre outros materiais de apoio à prática educativa, de forma sistemática, regular e gratuita, às escolas públicas de educação básica das redes federal, estaduais, municipais. Essa é a primeira vez em mais de 80 anos desde a criação do programa que um estado decide não aderir ao PNLD.