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Gota de sangue e câncer de mama

A partir de uma gota de sangue será possível identificar precocemente alguns tipos de câncer de mama. Um biochip, do tamanho de uma moeda de cinco centavos e com 64 sensores de alta sensibilidade,  foi criado com esse objetivo por médicos e engenheiros da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O aparelho detecta em poucos minutos a presença de uma proteína que indica o surgimento de um tumor mamário, ainda em seu estágio de pré-desenvolvimento, antes do aparecimento do nódulo.

Até agora não foram feitos testes em pacientes e o biochip só foi testado com culturas de células, mas a expectativa é que ele permita a detecção do câncer de mama por meio de exame de sangue simples.

O aparelho- que detecta a proteína chamada HER2 (Human Epidermal Growth Factor Receptor  e se expressa em 25% a 30% dos casos de câncer de mama -foi desenvolvido por Cecília Castro e Silva e Lauro Tatsuo Kubota, para os quais, no futuro o aparelho poderá ser usado também para detectar outros tipos de doenças.

Segundo Cecília, estudos demonstram que há células em desenvolvimento no tecido mamário antes do aparecimento do tumor. Portanto, antes do surgimento de um nódulo, seria possível detectar precocemente o câncer de mama:

“Os métodos tradicionais utilizam o exame do toque da mama e a mamografia. No exame do toque a mulher só consegue identificar o câncer quando o nódulo já está com um centímetro ou mais. Na mamografia é possível detectar nódulos de até quatro milímetros. Nestes casos o câncer já está instalado e, muitas vezes, pode ser tarde”, observa Cecília.

O professor Kubota, por sua vez, afirma que poder-se-ia,  por exemplo, desenvolver procedimentos em cada um dos 64 biossensores, para o reconhecimento de marcadores para diferentes tipos de doença.  “Assim, com uma simples gota de sangue, seria possível, no futuro, um diagnóstico completo do indivíduo”, prevê  Kubota.

Animada com o avanço, Cecília afirma que eles poderia, ainda, fazer com que este substrato flexível se torne biocompatível, permitindo, por exemplo, que no futuro estes dispositivos possam ser bioimplantáveis, fazendo um monitoramento contínuo, tanto em mulheres que estão em tratamento, quanto nos grupos de risco”, acrescenta.

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Jorge Roriz

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