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Gordura saturada não faz mal, nem bem

Os resultados da pesquisa da equipe do professor Russell de Souza, da Universidade McMaster (Canadá), publicadas pelo British Medical Journal (BMJ) sobre a ingestão de gorduras saturadas, foram surpreendentes e certamente vão gerar controvérsias. Conforme o periódico, ao contrário dos conselhos alimentares mais difundidos sobre o excesso de ingestão desse tipo de gordura, uma revisão dos resultados científicos sobre o assunto não encontrou evidências de maior risco cardiovascular associado a ela. As gorduras saturadas tampouco se mostraram associadas com maior risco de morte, doença cardíaca, acidente vascular cerebral ou diabetes tipo 2.

– Durante anos, todos foram aconselhados a cortar as gorduras da alimentação. As gorduras trans não têm benefícios à saúde e representam um risco significativo para doenças cardíacas, mas o caso das gorduras saturadas é menos claro, disse Russel.

Ele esclareceu não estar defendendo um aumento da provisão de gorduras saturadas nas orientações alimentares. Assim como não viram indícios de que a gordura saturada faria mal à saúde, Russel afirma que também não encontraram indícios de que em excesso elas fariam bem.

Óleos vegetais

As gorduras saturadas vêm principalmente de produtos de origem animal, como manteiga, leite de vaca, carne, salmão e gemas de ovos, e alguns produtos vegetais, tais como chocolate e óleo de palmeiras. Já as gorduras insaturadas trans (gorduras trans) são tipicamente produzidas industrialmente a partir de óleos vegetais (um processo conhecido como hidrogenação) para uso em margarinas, salgadinhos e produtos de panificação embalados.

Russel e sua equipe analisaram os resultados de 50 estudos observacionais que avaliaram a associação entre gorduras saturadas e/ou trans e seus resultados de saúde em adultos, mas não encontraram comprovação de malefícios das gorduras saturadas. Porém, no caso as gorduras trans produzidas industrialmente, eles confirmaram indicações anteriores de que elas podem aumentar o risco de doença cardíaca coronariana.

As atuais diretrizes atuais recomendam limitar em menos de 10% a ingestão de gorduras saturadas e a menos de 1% da gorduras trans de forma a reduzir o risco de doenças cardíacas e acidente vascular cerebral (AVC).

Redação Portal Saúde no Ar

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