Gestação saudável e segura

Em Maio, uma adolescente de 17 anos, grávida de oito meses, foi assassinada com um tiro na cabeça, no município de Alvorada (SP); sendo que os médicos conseguiram salvar o seu filho.  No dia 18 de junho, uma mulher grávida de prenome Monikelly e seu marido foram executados em casa, na cidade de Arapiraca (AL). Em 21 de junho, uma mulher de 36 anos e com gestação de 7 meses, foi baleada na cabeça na Capital do Paraná; os médicos anteciparam o parto e a mãe prossegue na UTI. No final do mês de junho, Claudinéia dos Santos Melo, grávida de 9 meses, foi atingida numa troca de tiros entre a Polícia Militar de Duque de Caxias (RJ) e suspeitos. A bala acabou ultrapassando o tórax do feto, ainda em seu ventre. O bebê nasceu tetraplégico no início desse mês.

Estes quatro episódios não são cenas de filme, mas situações reais em nosso país, neste ano de 2017. A maternidade, socialmente valorizada em tempos remotos e que tinha na gestação uma etapa de respeito e admiração coletivos, passa a ser banalizada. Mais que isso, tratada com extrema violência. Não podemos entregar estes acontecimentos ao acaso: eles espelham um cenário coletivo de desrespeito ao direito à vida das mulheres que as autoridades, infelizmente, se recusam a admitir e a tomar as providências cabíveis.

Mais do que esperar, resta-nos cobrar que esses casos não fiquem impunes. E deixar um alerta: a defesa do direito à vida das mulheres e ao de uma gestação saudável e segura é tarefa de todos nós.

Sou Anhamona de Brito – advogada e ativista de Direitos Humanos para o Programa Saúde no Ar.

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