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Gêmeo sobrevivente não tem previsão de alta

O menino Heitor Ledo Rocha Brandão, de 5 anos, separado do irmão siamês Arthur, no dia 24 de fevereiro, saiu ontem pela primeira vez do Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia, para ir a uma clínica especializada retornando ao hospital duas horas depois. No fim da tarde, o HMI  divulgou boletim médico dizendo que o garoto permanecia em estado grave, porém estável. O paciente respira com auxílio de oxigênio inalatório, não apresenta febre e se alimenta por dieta líquida e pastosa via oral. A unidade não tem previsão de alta.

O garoto foi levado à clínica para realizar um tratamento que deve reforçar a cicatrização da cirurgia. A foto dele em uma câmara de oxigênio foi postada pelo pai, o professor Delson Brandão, nas redes sociais.

A cirurgia de separação de Heitor e Arthur durou cerca de 15 horas. Arthur morreu três dias depois, após sofrer duas paradas cardíacas. Os gêmeos eram unidos pelo tórax, abdômen e bacia, compartilhando o fígado e genitália. Desde que nasceram, eles eram preparados para a cirurgia de separação. Os siameses passaram por 15 procedimentos cirúrgicos, entre eles alguns para implantação de expansores no corpo para que tivessem pele suficiente para a separação. Os meninos só alcançaram as condições necessárias para a cirurgia neste ano.

Segundo o pai dos gêmeos afirmou na segunda-feira (2), o filho sobrevivente não perguntou mais do irmão após sua morte. Em um texto postado em uma rede social, ele diz acreditar que o filho “sabe ou sente” que o irmão não está mais ali e que só vai contar o que ocorreu quando Heitor questionar onde está o irmão.

Natural de Riacho de Santana, cidade do interior da Bahia, a mãe dos siameses veio a Goiânia um mês antes do nascimento dos filhos para que eles tivessem acompanhamento desde o parto, em maio de 2009. Após o nascimento, ela voltou para a terra natal por um período e, desde 2010, mora em Goiânia com os siameses. O marido e a filha mais velha, de 7 anos, continuaram no Nordeste.

Antes da cirurgia, Eliana afirmou que, apesar das restrições físicas, os filhos não possuíam nenhum problema cognitivo. Com personalidades “totalmente diferentes”, os gêmeos sonhavam com a cirurgia, segundo a mãe. “Eles querem se separar, não querem desistir porque sabem que vão ter liberdade, uma independência maior, poder ir sem precisar da permissão do outro”, disse a mãe antes do procedimento.

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Patricia Tosta

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