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Fumantes têm mais chance de complicações da Covid-19

Este ano, a lista dos malefícios do cigarro ficou ainda maior. É que o fumo aumenta os riscos de complicações da Covid-19, doença em fase pandêmica. Um estudo realizado na China mostrou que fumar aumenta em 14 vezes o risco de complicação. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) emitiu nota técnica incluindo os tabagistas no grupo de risco do coronavírus.
No Dia Mundial sem Tabaco, 31 de maio, a pneumologista e coordenadora do Programa de Cessação do Tabagismo do Hospital Cárdio Pulmonar, Ana Thereza Rocha, destaca a importância de parar de fumar para evitar complicações e agravamento das sequelas.
“Devido ao comprometimento da capacidade pulmonar, o fumante possui mais chances de desenvolver sintomas graves da doença. O trato respiratório de quem fuma sofre modificações que o predispõem às infecções e representam um fator de risco para doenças respiratórias, incluindo a Covid-19”, destaca a médica, que é doutora em Medicina e Saúde pela Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Ana Thereza diz que o fumo também é um fator muito importante para doenças cardiovasculares e tromboembólicas, “que têm se agravado em grande parte dos casos de coronavírus, culminando em amputações e morte.”
Sequelas
A pneumologista, que é professora da Ufba e da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), afirma que as sequelas também podem ser mais graves no fumante.
“Até um terço dos pacientes hospitalizados com Covid-19, tanto em unidades de terapia intensiva quanto em enfermarias, têm tido complicação no tromboembolismo venoso (trombose venosa profunda e embolia pulmonar). Isso tem levado, inclusive, à recomendação de uso de anticoagulantes em doses profiláticas em todos os pacientes hospitalizados que não tenham contraindicação”, explica a especialista.
A médica ressalta que parar de fumar agora pode trazer resultados imediatos para o fumante. “Após 20 minutos de cessação do tabagismo, a frequência cardíaca e a pressão arterial tendem a normalizar. Após 12 horas, os níveis de monóxido de carbono na corrente sanguínea se normalizam. Entre 2 e 12 semanas, a circulação melhora e a função pulmonar aumenta”, esclarece Ana Thereza.
Coordenadora do Programa de Cessão do Tabagismo do HCP, a médica destaca a importância de um serviço multidisciplinar que oferece de modo continuado, a abordagem cognitivo-comportamental por pneumologista e psicólogo em consultas clínicas presenciais ou por teleconsulta.

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