No quadro “Saúde Ambiental”, do programa Saúde no Ar, o ambientalista Claudio Mascarenhas conversou com Patrícia Tosta sobre o impacto dos agrotóxicos no ambiente e nos alimentos. Estes produtos foram desenvolvidos durante a Primeira Guerra Mundial e extremamente utilizados na Segunda Guerra Mundial, como arma química. Após o término da guerra, estes passaram a ser usados como defensivo agrícola.
No período pós-guerra, os vencedores programavam uma ampliação dos seus negócios, partindo das indústrias que se desenvolveram durante a guerra, sendo encontrada dentre elas, a indústria química. Havia fome na Europa, surgindo então a “revolução verde”, que tinha como objetivo fomentar a agricultura, resultando na produção de alimentos.
Esta revolução desembarcou no Brasil na década de 1960. Estabeleceu-se por meio da imposição das fábricas de agrotóxicos e do governo nacional, sendo que o financiamento bancário para a aquisição de sementes era concedido apenas se o agricultor adquirisse também o agrotóxico e o adubo. Essa atitude resultou somente em uma contaminação ambiental, sem extermínio da fome. No ano de 1970, diversas fábricas mundiais foram transferidas para o Brasil, país englobado entre os 5 maiores consumidores de agrotóxicos do mundo.
A degradação do meio ambiente apresenta consequências a longo prazo e seus efeitos talvez sejam irreversíveis. Mundialmente, existem mais de 2 trilhões de toneladas de resíduos industriais sólidos e, aproximadamente, 350 milhões de toneladas de detritos são gerados anualmente.
O ambientalista, chama a sociedade civil baiana a participar do fórum baiano de combate aos impactos dos agrotóxicos, que acontece mensalmente e é presidido pelo Ministério Público Nacional e tem na vice-presidência o Ministério Público Federal. Do fórum também fazem parte dezenas de órgãos do governo, mas para o ambientalista a principal participação deve ser da sociedade civil. “No Brasil ainda são utilizados os agrotóxicos ou melhor, como prefiro chamar, os agro venenos que em outros países do mundo são proibidos”, alerta.
Ouça na integra o comentário do ambientalista Cláudio Mascarenhas, no áudio abaixo: