O uso do fio dental é recomendação praticamente unânime na área da saúde bucal. O estímulo ao uso rotineiro do produto vem sendo recomendado há décadas por áreas da saúde pública de governos, associações de odontologia e, logicamente, pelas próprias fabricantes. No entanto, há uma carência de provas que ratifiquem que usar fio dental realmente é determinante para se garantir uma boa higiene da boca.
E foi com base nessa dúvida que o governo federal dos Estados Unidos removeu recentemente a recomendação de uso do fio dental das diretrizes alimentares deste ano. A justificativa foi que a efetividade do uso nunca foi pesquisada de maneira adequada. Para chegar a essa conclusão, o governo estadunidense analisou os últimos estudos feitos sobre a eficiência de um uso rotineiro e classificou os resultados como “fracos” e “não confiáveis” quando o assunto era a capacidade de remover a placa bacteriana.
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Estética dental pode prejudicar a saúde
Uma revisão de estudos de 2011 concluiu que o uso de fio dental está associado a uma pequena redução em casos de inflamação de gengiva, que pode evoluir algumas vezes para doenças de gengiva mais graves. Mas os pesquisadores responsáveis classificaram a evidência como “não confiável”. Isso se deve também em contradições na área médica, afinal o uso de fio dental pode, ocasionalmente, ser prejudicial à saúde da gengiva. Se usado de forma errada, o fio pode deslocar bactérias ruins que podem invadir a corrente sanguínea e causar infecções perigosas, especialmente em pessoas com imunidade baixa.
De qualquer forma, a eficácia do fio dental pode ser testada por qualquer pessoa. Basta deixar de usar o produto por um ou dois dias para notar as mudanças tanto no hálito quanto na sensibilidade do paladar. Sendo assim, para que o fio dental seja realmente útil para uma boa assepsia bucal, precisa ser entendido como uma alternativa de limpeza e não como meio principal. E ainda vale lembrar que, em muitas situações, somente o fio é capaz de limpar os espaços entre os dentes, algo que as cerdas de uma escova não são capazes.
Redação Saúde no Ar*
Maicon Menezes