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Festival Internacional do Audiovisual Negro (Fianb) movimenta Salvador a partir desta terça (21) 

Como parte da programação do Novembro Salvador Capital Afro, o Festival Internacional do Audiovisual Negro do Brasil (Fianb) realiza a primeira edição em Salvador, a partir desta terça-feira (21) até o sábado (25), com exibições de filmes e uma programação intensa de painéis e mesas de discussões com convidados de países como Burkina Faso, Colômbia e Inglaterra. Com o tema “Transatlanticidade”, inspirado no conceito criado pela historiadora negra Maria Beatriz Nascimento, as ações do festival, que são gratuitas, acontecerão no Cine Glauber Rocha, nos Polos Boca de Brasa e na sede do instituto Odun. As inscrições podem ser feitas através do site https://linktr.ee/associacaoapan.

 

O Fianb tem como objetivo fomentar diálogos e discussões sobre pertencimento e criações audiovisuais negras do Brasil e do mundo, num contexto das diásporas afro-atlânticas. Criado pela Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (Apan), o festival, que já está na 4ª edição em São Paulo, será realizado na capital baiana através de uma parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult).  A programação completa pode ser acessada no site https://www.fianb.com.br/.

 

A coordenadora de Audiovisual do SalCine, Milena Anjos, destaca que Salvador sediar o Fianb representa a efetivação de mais um espaço de trocas para os realizadores negros da cidade. “Entendo que os festivais desempenham um papel de extrema relevância na cadeia do audiovisual, que perpassa lançamento e difusão de obras, formação de público, vitrine para novos talentos e network. Recepcionar o Fianb, um festival que dá protagonismo ao cinema realizado por pessoas negras, é reforçar o nosso interesse na construção de espaços que potencialize o audiovisual soteropolitano, cada vez mais diversos”, avalia.

 

Tema – De acordo com a presidenta da Apan, Tatiana Carvalho Costa, o tema deste ano foi escolhido como inspiração, mas também como homenagem à pesquisadora, já que a obra e vida de Beatriz está muito presente nos trabalhos da associação. “A pesquisa da Maria Beatriz Nascimento sobre Quilombos, por exemplo, nos fornece nessa perspectiva que ela mesma coloca da dimensão ideológica do Quilombo como a ficção participativa e um poder de correção da nacionalidade. Por isso que a gente sempre se reafirma nesse lugar das construções coletivas, atravessadas pela ideia da ancestralidade, compreendendo a centralidade como algo presente. Quase como algo que anima o nosso presente e nessa perspectiva de futuro”, explica.

 

Seminário – Como parte do festival, na quarta (22) e quinta-feira (23), no Cine Glauber Rocha, também acontecerá o Seminário Internacional Transatlanticidade, para pensar a participação diaspórica no Festival Pan-Africana de Cinema e Televisão de Uagadugu (Fespaco). Nomes como Alex Moussa Sawadogo, diretor do Fespaco, June Givanni, uma das detentoras do maior arquivo de cinema pan-africanista do mundo, e Salim Fayad, codiretor da Mostra Itinerante de Cinema Africano da Colômbia (Muica) estão na programação de ambos os eventos.

 

Sessões especiais – O Fianb terá uma extensa programação de cinematografia negra. As mostras Transatlanticidade, Fespaco e o Festival Internacional Kilombinho, com obras voltadas para o público infantojuvenil, irão ocupar o Cine Glauber Rocha, o Polo Boca de Brasa do Subúrbio 360, em Coutos, e o Instituto Audiovisual Mulheres de Odun (iAMO), em Fazenda Grande IV. As sessões especiais propostas pela Mostra Transatlanticidade e Mostra Fespaco exibirão filmes alinhados às discussões propostas pelo festival, do catálogo nacional, além de obras representativas do Fespaco e do cinema colombiano realizado em parceria com a Manos Visibles e a Escola Foco.

 

Texto: Ascom/Secult PMS 

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