Carne, ovos e leite oferecem nutrientes fundamentais que não podem ser facilmente obtidos a partir de alimentos à base de plantas, indica estudo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Ele alerta também sobre o risco do consumo de carne vermelha processada.
De acordo com relatório da FAO, o consumo de alimentos de origem animal é “particularmente vital durante as principais fases da vida”, como a gravidez, a infância e adolescência e a idade avançada.
Os alimentos de origem animal, consumidos dentro de padrões alimentares adequados, “podem contribuir de forma importante” para reduzir o atraso de crescimento em crianças com menos de cinco anos. Bem como, o baixo peso ao nascer, a anemia em mulheres em idade reprodutiva e doenças não transmissíveis relacionadas com a dieta em adultos, diz a organização.
O estudo, de acordo com a agência das Nações Unidas, é a análise mais abrangente feita até agora a respeito dos benefícios e riscos do consumo de alimentos de origem animal, baseando-se nas conclusões de mais de 500 artigos científicos do tema, além de outras fontes de informação.
A FAO chegou à conclusão de que a carne, os ovos e o leite fornecem uma gama de macronutrientes importantes, como proteínas, gorduras e hidratos de carbono. “Que são difíceis de obter de alimentos à base de plantas na qualidade e quantidade necessárias” a uma alimentação saudável.
De acordo com o relatório, proteína de alta qualidade, ácidos gordos essenciais, ferro, cálcio, zinco, selênio, vitamina B12 e compostos bioativos estão em alimentos de animais e “têm importantes funções de saúde e desenvolvimento”.
Dados da FAO indicam ainda que “um décimo da população mundial enfrenta fome” e que 3 bilhões de pessoas “não têm condições financeiras para ter regimes alimentares saudáveis”, enquanto uma em cada três pessoas tem excesso de peso ou é obesa.
Quanto aos riscos dos alimentos de origem animal, o relatório diz que o consumo de níveis mesmo baixos de carne vermelha processada pode aumentar a probabilidade de mortalidade, de doenças crônicas e cardiovasculares e do câncer colorretal.
“No entanto, consumir carne vermelha não processada em quantidades moderadas (entre 9 e 71 gramas por dia) pode ter um risco mínimo, considerado seguro em relação aos desfechos de doenças crônicas”, diz ainda o relatório.
De acordo com o estudo, as provas da ligação entre o consumo de leite, ovos e aves de capoeira (criadas de forma natural) em adultos saudáveis e doenças coronárias, acidentes vasculares cerebrais e hipertensão são inconclusivas (para o leite) ou não significativas (para ovos e aves de capoeira).
A análise apurou ainda que o leite de vaca e os ovos de aves domésticas estão entre os oito alimentos que representam riscos alergênicos para as populações. Por isso, deve ser “obrigatório em muitos países” declarar a sua presença na rotulagem preventiva de alergias.
Fonte: Reuters