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Fabricante da proxalutamida, a “nova cloroquina”, afirma que estudo de médicos bolsonaristas é fraudado

Por meio de reportagem especial, a Chinesa Kintor Pharmaceutical, fabricante da proxalutamida; informou que os estudos clínicos realizados no Amazonas por médicos ligados a Bolsonaro a respeito do uso da proxalutamida; foram excluídos pela fabricante da relação de pesquisas de referência apresentadas no pedido de autorização feito à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); por apresentar indícios de fraude no estudo.

A proxalutamida é um bloqueador hormonal sintético ainda em estudos no combate ao câncer de próstata e o de mama. A pesquisa utilizou laboratório americano e uma rede privada de hospitais de Manaus que passa por investigação na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).

De acordo com o que os pesquisadores divulgaram em março na coletiva de imprensa; logo após apoiada por Bolsonaro dia 18 de julho, quando deixou o hospital Vila Nova Star em São Paulo, a proxalutamida teria eficácia de 92% no tratamento de pacientes graves da Covid-19. “Na ocasião, o elevado número de mortes descritas no trabalho – 141 inicialmente; mais de 200 reportadas posteriormente à Conep – suscitou na comunidade científica a suspeita de que ou os dados tivessem sido manipulados para forçar um resultado “milagroso”; ou seus coordenadores teriam deixado parte expressiva dos voluntários morrerem durante a realização do estudo; já que não seria possível aferir se os óbitos em excesso ocorreram no grupo placebo ou entre os que receberam a droga”, escreveu a jornalista Gaspar.

Por outro lado, a Kintor; fabricante do medicamento afirmou ao jornal O Globo que os dados do estado foram excluídos porque se referiam a voluntários hospitalizados, enquanto o ensaio registrado agora na Anvisa vai acompanhar pacientes ambulatoriais. Além disso, a empresa ressalta que o estudo atual é “independente”, sem relação com o ensaio feito em Manaus. Ainda segundo reportagem, “os indícios de irregularidades ainda levaram dois grandes laboratórios farmacêuticos; a Aché e a Eurofarma, a recusarem uma parceria com os autores do estudo do Amazonas para viabilizar a proxalutamida no país”. Ainda assim, segundo o vice-presidente executivo do Scripps Research Translational Institute;  Eric Topol, ressalta “Esses resultados são bons demais para ser verdade. Quase não há intervenções médicas na história da medicina que tenham essa magnitude de benefício, nem menos com COVID-19.”

Dessa forma, além do elevado número de mortes constatado no estudo; outras inconsistências identificadas aumentam a suspeita a respeito sobre o estudo. Além disso, a revista Science publicou relatos de pesquisadores onde é levantado dúvidas a respeito da pesquisa. De acordo com Jason Pogue, um farmacêutico clínico de doenças infecciosas da Universidade de Michigan, em Ann Arbor, o número de mortes no estudo é surpreendente. No grupo do placebo, a taxa de mortalidade chegou a 49,4%, o que fez o medicamento parecer melhor. A velocidade do julgamento, que só começou no início de fevereiro, mas divulgou resultados provisórios em março, também é suspeita, disse Ana Carolina Peçanha, médica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. “[Recrutar] e monitorar cerca de 600 pacientes em um estudo em menos de 30 dias é inacreditável”, diz ela.

 

 

 

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