O Exército Brasileiro indiciou nesta semana três militares no inquérito que investiga a autoria de uma carta endereçada ao comandante da Força em 2022. O documento foi considerado pelo comandante da Força Terrestre na época, general Marco Antônio Freire Gomes, como uma pressão para que aderisse a uma tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais em que Jair Bolsonaro (PL) saiu derrotado. De acordo com a corporação, foram indiciados três militares: o coronel Anderson Lima de Moura, da ativa, e os coronéis Carlos Giovani Delevati Pasini e José Otávio Machado Rezo, ambos da reserva. A autoria da carta também teve participação de um quarto militar, o coronel da ativa Alexandre Castilho Bitencourt da Silva.
Nos bastidores, cresce a expectativa de que a PF finalize o inquérito nas próximas semanas, podendo resultar no indiciamento do ex-presidente e de militares que ocuparam altos cargos em seu governo.
Segundo fontes próximas, a lista de possíveis indiciados inclui os generais da reserva Augusto Heleno, Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, todos ex-ministros da gestão Bolsonaro. Há especial apreensão sobre o nome de Heleno, que aos 77 anos mantém significativa influência nas Forças Armadas, sendo um dos militares mais respeitados da corporação.