Mutações genéticas,como a hemocromatose, ocorrem geralmente associadas a uma doença que se traduz pelo acúmulo excessivo de ferro no organismo e podem ser benéficas para alguns esportes como o judô, o esqui cross country ou o remo – afirmou um estudo francês divulgado nesta quarta-feira (07.10).
O estudo que foi realizado pelo Instituto de Pesquisa Biomédica e de Epidemiologia do Esporte (Irmes), e publicado na revista Biochimie, testou 170 atletas de alto desempenho, mulheres e homens, todos membros das equipes nacionais de remo, judô e esqui cross country para mais de uma dezena de mutações genéticas relativamente frequentes.
Genes HFE
Segundo a pesquisa, a frequência das mutações do gene HFE, associadas à hemocromatose, uma doença genética, era muito maior entre os atletas de alto desempenho do que entre a população geral. A doença se traduz por um aumento da absorção intestinal do ferro e termina por acumular um excesso do elemento químico no organismo que, caso não seja tratado, pode acarretar complicações como cirrose, diabetes e problemas cardíacos, entre outros.
Ela se manifesta sobretudo quando os cromossomos recebidos do pai e da mãe levam todos os dois uma mutação do gene HFE. Cerca de um quarto da população francesa apresenta uma mutação apenas sobre um dos dois cromossomos e geralmente não manifesta a doença. Porém, cerca de 80% dos atletas testados apresentavam pelo menos uma mutação do gene HFE.
Os pesquisadores acreditam que estas mutações que aumentam a absorção do ferro poderiam compensar as perdas que ocorrem nestes esportes muito “físicos” por múltiplos mecanismos, melhorando a eficácia do transporte de oxigênio, aumentando a produção de energia e facilitando uma recuperação mais rápida após um sangramento, assim como a regeneração muscular.
Redação Portal Saúde no Ar