Toque retal é questionado

O temido exame de toque retal, para verificar indícios de câncer de próstata, e que costuma afastar tantos homens do consultório médico, está tendo sua eficácia contestada, segundo um estudo realizado pela Escola de Medicina Wake Forest (EUA).

“As evidências sugerem que, na maioria dos casos, é hora de abandonar o exame de toque retal. Nossas descobertas provavelmente serão bem recebidas tanto pelos pacientes quanto pelos médicos”, explica o urologista Ryan Terleck.

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Terlecki afirma que o toque retal, que muitos urologistas já chamam de “relíquia clínica”, submete um grande número de homens a exames invasivos e desconfortáveis em nome de um benefício mínimo. Além disso, ele faz com que muitos homens fujam de qualquer campanha de prevenção do câncer da próstata.

Toque retal versus PSA

A questão que a equipe de Terlecki se colocou é se o exame de toque retal é necessário quando está disponível um outro teste mais preciso, que mede o antígeno específico da próstata (PSA) no sangue. O PSA é uma proteína que frequentemente atinge níveis elevados em homens com câncer da próstata.

A equipe revisou toda a literatura médica que permitisse essa comparação, juntamente com resultados de um ensaio de rastreio no qual 38.340 homens fizeram simultaneamente exames anuais de toque retal e testes de PSA por pelo menos três anos. Esses homens foram então acompanhados por até 13 anos. Dentre todos, a equipe centrou sua atenção em 5.064 homens que tinham um teste de PSA normal, mas resultados “anormais” no toque retal.

Sem saída

Apenas 2% dos homens com exame retal considerado anormal tinham o que é conhecido como câncer de próstata clinicamente relevante, o que significa que ele pode precisar ser monitorado ou tratado – em outras palavras, o exame de toque retal identificou apenas 2% de casos não identificados pelo exame PSA.

“O exame de toque retal captura uma pequena população adicional de homens com câncer de próstata, mas também submete desnecessariamente um grande número de homens ao teste”, concluiu Terlecki.

Por outro lado, outros estudos têm feito ressalvas à adoção do exame de PSA como rotina, devido justamente aos falsos positivos e aos sobre tratamentos que ele induz.

Redação Saúde no Ar

João Neto

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