Nos Estados Unidos, pesquisadores desenvolveram um exame de sangue capaz de medir o nível e a duração da imunidade contra a Covid.
“O quanto eu estou protegido contra a Covid nesse momento?” Quase todo mundo já se fez essa pergunta, mas é difícil responder. Antes, é preciso saber: Quando você tomou a dose mais recente de vacina? Você já teve Covid? Há quanto tempo? Você tem alguma condição médica que enfraquece sua imunidade?
O nosso sistema imunológico tem dois tipos de defesa: os anticorpos, que não deixam o vírus entrar nas células, e uma proteção, chamada de células T, que são a defesa do nosso organismo depois que ele já está infectado. Elas garantem que o corpo reaja e fazem com que a infecção seja menos grave.
Até agora, havia formas de testar e de medir os anticorpos. Mas não existia uma forma fácil de testar em larga escala os níveis de células T no sangue.
É isso que um grupo internacional de cientistas acaba de desenvolver: um teste relativamente rápido, que usa meio mililitro de sangue e que fica pronto em 24 horas, para checar se as pessoas têm células T suficientes para combater a Covid.
Ernesto Guccione, pesquisador do grupo Mount Sinai, de Nova York, e um dos autores do estudo, explicou que as células T duram de nove a 12 meses, enquanto os anticorpos duram poucos meses. Ou seja, a proteção celular é mais prolongada, e isso é muito importante.
A técnica consiste em misturar o sangue do paciente com proteínas do novo coronavírus no laboratório. Se houver células T no sangue, vai ocorrer uma reação química que produzirá uma substância, que então poderá ser detectada com o PCR, a mesma tecnologia usada nos testes para detectar a Covid.
Este teste vai ser muito útil em pelo menos dois casos: o primeiro é para as pessoas que fazem algum tratamento que prejudica o sistema imunológico.
Elas agora vão poder checar se a vacina que tomaram funcionou, ou seja, se o corpo produziu células T suficientes para combater a doença.
Além disso, se for usado em larga escala, o teste pode ajudar as autoridades de saúde a avaliar o nível de imunidade da população e, assim, planejar melhor as campanhas de reforço na vacinação.
Um avanço da ciência que traz uma esperança: Guccione diz que com vacinas e o monitoramento da imunidade da população mundial será possível voltar à vida praticamente normal.
Fonte: Jornal Nacional