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Evento na Fiocruz promove troca científica contra crises sanitárias

Castelo Mourisco, sede da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Manguinhos.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) recebe até a próxima quinta-feira (23) a Reunião Anual da Rede Pasteur 2024. O evento promove o compartilhamento de conhecimento científico entre instituições globais, com foco no uso de inteligência artificial e tecnologia na preparação contra epidemias e outras crises sanitárias.

“Nossa pesquisa mostrou que os dados brasileiros de vacinação têm volume e qualidade necessários para avaliar vários aspectos essenciais que guiam ações de saúde pública. É possível montar um sistema contínuo para monitorar a eficácia da vacina e da vacinação brasileira, se tudo for combinado e estruturado corretamente”, disse Manoel Netto.

Para Peter Piot, pesquisador da London School of Hygiene & Tropical Medicine, é preciso alinhar discursos, cooperações e conhecimentos para enfrentar problemas atuais e futuros de crises sanitárias globais.

“Precisamos tratar de tendências massivas e históricas que vão mudar as nossas práticas atuais. E até mesmo a base da saúde pública atual. Nesse sentido, penso em três categorias. A primeira diz respeito às ameaças que de fato acontecerão, mas não sabemos quando, como as epidemias. Provavelmente teremos uma epidemia de resistência microbiana, por exemplo”, disse.

Em segundo lugar, há coisas que esperamos que não aconteçam, mas precisamos nos preparar. Desastres nucleares, bioterrorismo, entre outros. E aí, temos o que entendo ser o mais importante: ameaças que já estão ocorrendo. Mudanças climáticas, que afetam tudo que fazemos, como nossa prática de saúde global e de pesquisa”, acrescentou.

“A inteligência artificial revolucionou a nossa análise de dados e o nosso diagnóstico, permitindo que a gente tenha uma resposta mais rápida às crises. A IA tem um potencial para aumentar nossa capacidade preditiva e também pode nos ajudar a responder melhor às pandemias. No entanto, é nossa responsabilidade garantir que essas tecnologias sejam acessíveis para todos. E ela precisa ser utilizada com ética para reduzir a disparidade e a desigualdade”, disse Amadou Sall, presidente da Rede Pasteur e administrador geral do Institut Pasteur de Dakar.

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