Ética e a paz consigo mesmo

De modo geral, todos nós já ouvimos alguém dizer que felicidade ou bem –estar é colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranqüilo. Evidentemente, o estar  bem consigo mesmo contribuiu para a sensação de paz e tranqüilidade. Mas, isso funciona para as pessoas com mais informações e que tiveram uma educação para reconhecer o que é certo e o que é errado. Nem todos tiveram essa sorte e muitos agem de modo desonesto por ignorância ou por incapacidade de pensar de forma universal.

O grande filósofo Emanuel Kant tinha um imperativo para isso. Na opinião dele, para saber o que era correto fazer tinha que se pensar de maneira abrangente. Se aquilo fosse bom para todos e não prejudicasse ninguém, era bom. Os filósofos chamam esse pensamento de imperativo categórico. Ou seja, não tem como ser contestado.

Um estudo realizado pela Universidade de Chicago e publicado pelo Diário da Saúde diz que quando você vai decidir se adotará uma postura ética frente a uma situação, parecem entrar em jogo dois fatores separados influenciando sua capacidade de autocontrole. Em uma série de experimentos realizados que incluíam dilemas éticos comuns, como chamar um funcionário doente para trabalhar ou negociar a venda de uma casa, pesquisadores mostraram que esses dois fatores podem interagem para promover ou não o comportamento ético.

O primeiro fator é tentar associar a situação difícil na qual a pessoa se encontra – o dilema ético – com outros incidentes semelhantes já ocorridos.
O segundo fator é antecipar-se à tentação de agir de forma antiética e, mesmo contra o interesse pessoal, forçar-se a agir de forma ética.

Os voluntários dos experimentos mostraram-se mais propensos a se envolver no comportamento antiético quando acreditavam que a situação era um incidente isolado e quando não refletiam sobre o significado e as consequências do que estavam fazendo.

Ao inverso, quando os dois fatores foram postos claramente e pesados, os voluntários mostraram-se mais propensos a se comportar honestamente.

Em outras palavras, ao se deparar com um dilema ético, estar ciente da tentação antes de agir desonestamente e pensar sobre as consequências a longo prazo de um mau comportamento ajuda as pessoas a fazerem a coisa certa.
“O comportamento antiético está aumentando rapidamente em vários domínios, que vão dos negócios e da política à educação e aos esportes,” comentou a professora de comportamento e marketing da Universidade de Chicago (EUA).

Segundo afirma, “organizações que procuram melhorar o comportamento ético podem fazê-lo ajudando as pessoas a reconhecer o impacto cumulativo de atos antiéticos e fornecendo sugestões de alerta para a próxima tentação.”

Suas afirmações parecem deixar claro que honestidade e ética é uma coisa que se aprende também nas escolas. E estar bem consigo e com sua consciência é a melhor maneira de manter a sua saúde mental e física. Conflitos internos relacionados com esse tema, ou outro qualquer, podem mais cedo ou mais tarde prejudicar o seu bem-estar.

A.V.

O jornalismo independente e imparcial com informações contextualizadas tem um lugar importante na construção de uma sociedade , saudável, próspera e sustentável. Ajude-nos na missão de difundir informações baseadas em evidências. Apoie e compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.