Estudo: pessoas que receberam Coronavac mantiveram anticorpos por um ano

Desde o início da vacinação contra a covid-19, pesquisadores tentam descobrir a duração da imunidade de cada imunizante. A tendência é que os níveis de anticorpos diminuam ao longo do tempo.

Assim, estudos de efetividade, também chamados de “vida real”, avaliam a proteção conferida pelas vacinas em larga escala, considerando um grande número de indivíduos. De acordo com estudo, conduzido pelo Instituto Butantan, em São Paulo, revela que vacinados com a Coronavac mantêm anticorpos por mais de um ano.

A pesquisa, publicada em abril no periódico IJID Regions, da Sociedade Internacional de Doenças Infecciosas, mostra que a vacina é eficaz no esquema inicial e na dose de reforço.

O estudo, compõe o Projeto S, que avaliou a efetividade do imunizante durante a pandemia de Covid-19 em 27 mil pessoas, e foi conduzido em parceria com o Hospital Estadual de Serrana.

Os pesquisadores acompanharam durante um ano 3.902 voluntários, 42,4% deles, pessoas acima de 60 anos. Para verificar a produção de anticorpos, chamada tecnicamente de resposta imune humoral ao longo do tempo. No processo houve coleta de amostras de sangue no 4º, 7º, 10º e 13º mês após a segunda dose.

Um ano depois da imunização, os participantes apresentaram, respectivamente, soroconversão de 100%, 96,6% e 96,5% para os anticorpos IgG anti-RBD (específicos para o local de ligação entre a proteína Spike e as células humanas). Anti-N (para a proteína nucleocapsídeo, do interior do vírus) e anti-S (para a proteína de superfície Spike).

De acordo com o estudo, o esquema vacinal inicial aumentou consideravelmente os títulos de anticorpos e soroconversão nos participantes. Quatro a seis meses após a segunda dose, no entanto, foi observada uma leve queda na proteção – situação que vinha sendo documentada para as outras vacinas contra o SARS-CoV-2.

Em setembro de 2021, o Ministério da Saúde recomendou uma terceira dose para os idosos e, em novembro do mesmo ano, para adultos. O estudo realizado pelo Butantan em Serrana teve como objetivo avaliar o impacto dessas doses de reforço e sua relação com o esquema vacinal inicial ao longo dos meses.

No 7º mês de avaliação, a soroconversão geral foi de 99,7% (anti-RBD), 80,9% (anti-N) e 75,4% (anti-S), respectivamente. Já nas coletas do 10º e 13º mês, quando toda a população do estudo era elegível para tomar as três doses, a resposta imune humoral se manteve elevada em ambos os grupos etários, com valores superiores a 90%. A dose de reforço da Coronavac também aumentou os títulos de anticorpos em duas a cinco vezes.

Outro achado do estudo é que títulos mais altos de anticorpos IgG anti-Spike trimérico foram associados a uma menor probabilidade de infecção. Ao final de um ano de acompanhamento, a soroconversão desse tipo de anticorpo foi de 97,2% nos adultos e 95,6% nos idosos.

 

 

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