Estudo: pessoas com infecção avançada por HIV podem ter forma grave de mpox

Um estudo internacional com a participação de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) avaliou os impactos da infecção por mpox (varíola dos macacos) em pessoas com infecção avançada pelo HIV.

A análise reuniu informações de 382 casos da doença, 349 de indivíduos que viviam com HIV. No geral, 107 pacientes (28%) tiveram hospitalização com 27 mortes (25%), todas em pessoas que apresentavam imunodepressão avançada pelo vírus.

Além disso, a pesquisa descreveu de uma forma grave de mpox, caracterizada por lesões na pele e mucosas com presença de necrose, com alta prevalência de manifestações dermatológicas e sistêmicas fulminantes e morte, em pacientes com doença avançada pelo HIV, caracterizada por contagens de linfócitos TCD4+ abaixo de 200 células/mm3.

Os dados tiveram apresentação em uma conferência internacional e publicados na revista científica The Lancet. O estudo reuniu pesquisadores de 19 países como Estados Unidos, Espanha, México, Reino Unido e Brasil, que forneceram dados de casos confirmados de mpox entre 11 de maio de 2022 e 18 de janeiro.

Os pesquisadores defendem a avaliação da inclusão dessas formas graves de mpox com uma nova condição definidora de Aids (síndrome da imunodeficiência adquirida) nas classificações das doenças do HIV nos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, e na Organização Mundial da Saúde  (OMS).

Entre os achados da pesquisa esta a evolução fatal de pacientes com suspeita de deterioração clínica em decorrência da síndrome de reconstituição imune (Iris) – um conjunto de desordens inflamatórias associadas à melhora da imunidade que levam a piora de infecções oportunistas pré-existentes.

 

 

Campanha Vidas Importam

O jornalismo independente e imparcial com informações contextualizadas tem um lugar importante na construção de uma sociedade , saudável, próspera e sustentável. Ajude-nos na missão de difundir informações baseadas em evidências. Apoie e compartilhe