De acordo com revista Science, mais da metade dos maiores lagos e reservatórios do mundo estão secando, pondo em risco o futuro hídrico da humanidade.
Segundo o documento, os principais responsáveis por isso são o consumo insustentável e as mudanças climáticas. Dessa forma, cerca de dois bilhões de pessoas (25%) da população mundial vivem em bacia lacunar com tendência de declínio.
Lagos e reservatórios armazenam 87% da água doce do planeta. Uma análise detalhada de quase 2.000 dos maiores lagos do mundo revelou uma alarmante tendência: eles estão perdendo cerca de21,5 trilhões de litros anualmente.
Um dos pesquisadores ressalta que ao contrário dos rios, que tendem a monopolizar a atenção dos cientistas, os lagos não esão bem monitorados, apesar de sua importância crítica para a segurança hídrica.
Mas desastres ambientais de grandes proporções em corpos hídricos vastos, como o mar Cáspio e o mar de Aral, mostraram aos cientistas uma crise mais ampla.
Além disso, um aspecto observados é que tanto lagos em regiões secas quanto nas úmidas estão perdendo volume, sugerindo que o paradigma. Contudo, embora a maioria dos grandes lagos no mundo esteja secando, quase um quarto teve um aumento significativo em seu armazenamento hídrico.
A pesquisa
Para acompanhar a questão sistematicamente, a equipe de pesquisadores, que inclui cientistas dos Estados Unidos, França e Arábia Saudita, observou os maiores 1.972 lagos e reservatórios da Terra, usando dados de satélites de 1992 a 2020. Dessa forma, eles se concentraram em vastos corpos de água doce por causa da maior precisão dos satélites para registrar escalas maiores, e também por sua importância para os seres humanos e os animais selvagens.
A base de dados reuniu imagens do Landsat, o programa de observação da Terra mais antigo em atividade, com informações sobre a altura da superfície da água, obtidas por altímetros via satélite, para determinar como o volume lacunar variou ao longo de quase 30 anos.
Assim, o resultado revela que 53% dos lagos e reservatórios registram declínio no armazenamento de água a uma proporção de aproximadamente 22 gigatoneladas (uma gigatonelada equivale a um milhão de toneladas) por ano.
Ao longo do período estudado, foram perdidos 603 quilômetros cúbicos de água, 17 vezes o volume de água do Lago Mead, o maior reservatório dos Estados Unidos.