O uso de quimioterapia em doentes terminais não tem nenhuma eficácia. Pelo contrário, pode causar mais mal do que bem. A conclusão é de um estudo publicado pelo Journal of the American Medical Association (JAMA), que se baseou em um grupo de mais de 300 pessoas com câncer metastático, isto é, espalhado por diferentes partes do corpo, a partir do local da aparição original, que usaram quimioterapia na fase final.
A quimioterapia, que consiste no uso de potentes produtos químicos no corpo para destruir as células cancerígenas e reduzir tumores, causa em contrapartida efeitos colaterais que incluem fraqueza, náuseas, fadiga e queda de cabelo.
A maioria dos pacientes da pesquisa eram homens por volta dos 60 anos de idade. Cerca da metade deles receberam quimioterapia.
A maior parte tinha apenas quatro meses de perspectiva de vida e o objetivo do estudo era examinar como a quimioterapia afetaria a qualidade de vida daqueles que se encontram perto do final de sua vida, particularmente em relação a sua capacidade de locomoção, realização de atividades e necessidades básicas.
O resultado da pesquisa, que se baseou em avaliações das pessoas encarregadas de cuidar dos pacientes nos seus últimos dias, foi o de que a quimio não melhorou a qualidade de vida dos pacientes que já tinham uma mobilidade limitada e piorou a dos que ainda eram capazes de realizar funções básicas.
O estudo sugere que “as diretrizes do uso da quimioterapia em pacientes com câncer terminal devem ser revistas para que se reconheça os danos potenciais do uso da quimioterapia em pacientes com doença metastática progressiva”.
No estudo, dirigido por Holly Prigerson, do Weill Cornell Medical College e do Hospital Presbiteriano de Nova York a recomendação foi a de que os médicos devem desaconselhar a utilização da quimioterapia para os pacientes com câncer avançado em seus últimos meses de vida.
Fonte: A Tarde
A.V.
