Pesquisa liderada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz); juntamente com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) avança na compreensão dos mecanismos envolvidos na patologia do novo coronavírus no organismo. Dessa forma, com o estudo inédito, confirma que o vírus é capaz de ativar uma reação de células de defesa que pode contribuir para a formação excessiva de coágulos sanguíneos observada nos casos graves da Covid-19. A publicação estará disponível na revista internacional Scientific Reports; além disso, o trabalho aponta uma via bioquímica que pode ser um alvo importante para o desenvolvimento de novas terapias.
Usando as células de defesa de neutrófilos como base para o estudo; os pesquisadores conseguiram comprovar que o novo coronavírus é capaz de induzir diretamente a liberação de armadilhas extracelulares neutrofílicas (NETs, na sigla em inglês). Dessa forma, as armadilhas são estruturas semelhantes a redes; liberadas para aprisionar e destruir microrganismos invasores. O problema desse processo, chamado de netose, é que, quando induzido em excesso nos órgãos vitais; bem como o pulmão, ele causa danos ao organismo.
Além disso, o novo estudo reforça evidências que apontam para a participação dos neutrófilos e especialmente das armadilhas neutrofílicas na Covid-19. Detectado inicialmente na China e confirmado por levantamentos em diversos países; o aumento expressivo na quantidade de neutrófilos na corrente sanguínea é um dos marcadores de gravidade da doença.
A pesquisa avaliou a exposição dos neutrófilos ao soro de 20 pacientes hospitalizados. De acordo com a Fiocruz, o estudo mostra que o soro desses indivíduos foi hiper-reativo, induzindo a liberação de NETs pelos neutrófilos. Ainda assim, os testes realizados indicaram ainda de forma inédita que o novo coronavírus é capaz de estimular os neutrófilos a liberar moléculas chamadas de espécies reativas de oxigênio, juntamente com as NETs.