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Estudo aponta relação entre redução da pobreza e do desmatamento

Pesquisadores cruzaram dados de 2012 a 2019, de diversas fontes

O estudo com o tema,   “O Combate à Pobreza Pode Contribuir com o Fim do Desmatamento no Brasil?” do Instituto Escolhas., concluiu que
se for reduzido no Brasil 1% da parcela da população que vive com renda familiar mensal abaixo de R$ 70 por pessoa,  o desmatamento diminui  em 4%.
Em outras palavras, ao retirar   136 mil pessoas da condição de extrema pobreza, deixa-se de perder uma área de 42,7 mil hectares de floresta. Essa é uma das associações destacadas.
Apesar disso, não são apenas os pobres que geram desmatamentos. Ao demonstrar os resultados, a pesquisa se propõe a contestar a suposição de que pessoas de baixa renda seriam um dos principais agentes de desmatamento, em troca de seu sustento. Para o instituto, tal afirmação desconsidera “que são muitos e diversos os indivíduos e grupos que promovem a derrubada da vegetação nativa, seja de forma legal ou ilegal”, inclusive ricos fazendeiros e donos de garimpos e empresários.  Em alguns casos, a falta de recursos financeiros leva à proteção das florestas, uma vez que essas populações se organizam com base em economias não conectadas aos mercados consumidores”, aponta o estudo.

Quando se trata do grupo em situação de pobreza, isto é, que tem renda familiar mensal inferior a R$ 140, a proporção é de 1% de queda para a preservação de 29 mil hectares. Ainda segundo a entidade, garantir carteira assinada a trabalhadores consiste em uma ação de impacto ambiental. Ao se aumentar 1% o índice de emprego formal, há possibilidade de se reduzir o desmatamento em 8,2% (87,6 mil hectares).

No contexto da Amazônia Legal, os números mudam, embora os efeitos, não. Ao se retirar 35 mil pessoas da extrema pobreza (1%) e 74 mil da pobreza (1%), obtêm-se reduções de áreas de desmatamento de 27 mil e 18,7 mil hectares, respectivamente. Quanto a formalizar 1% de vínculos de trabalho na região, beneficiando 42 mil pessoas, a medida acabaria por recuperar ou proteger um perímetro de 67,2 mil hectares, maior do que a capital catarinense, Florianópolis.

“Ao considerar os efeitos da redução da pobreza e do aumento da oferta de empregos nos municípios vizinhos, a análise espacial mostra que tais políticas públicas sociais devem ser promovidas regionalmente para aumentar o potencial de redução do desmatamento”. “Políticas isoladas tendem a ser pouco eficazes, devido à abrangência e conexão dos fatores associados ao desmatamento entre os municípios como, por exemplo, migração da mão de obra.”

 

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Jorge Roriz

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