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Estudo aponta como alimentos ultraprocessados elevam o risco de obesidade entre os adolescentes

Novo estudo, realizado pela Universidade de São Paulo, em parceria com a Fapesp, publicado na revista científica Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, conseguiu identificar que o consumo de ultraprocessados eleva em 45% o risco de obesidade em adolescentes na faixa dos 12 aos 19 anos. Assim, a partir da análise de dados de mais de três mil jovens desta faixa etária; o trabalho também revelou que um aumento de apenas 10% na quantidade de ultraprocessados na dieta já é suficiente para elevar as chances de um diagnóstico.

“É comum entre os jovens, o consumo elevado desses produtos. Mas o resultado disso pode ser desastroso para a saúde deles. De modo geral, os alimentos e bebidas ultraprocessados contêm aditivos químicos, como corantes, aromatizantes, emulsificantes e espessantes. Muitos deles tem teores elevados de açúcar e gordura, o que contribui diretamente para o ganho de peso”, explica Gabriel Pacheco, nutricionista na Rede Alpha Fitness.

Dessa forma, para o estudo, 3.587 adolescentes foram divididos em grupos. Quando comparados, aqueles que tinham os ultra processados como a maior parte da dieta (média de 64% do total de alimentos ingeridos); tiveram um risco 45% maior de obesidade em relação aos que a dieta era composta em apenas 18,5% pelos alimentos industrializados.  Além disso, a pesquisa observou ainda que a obesidade abdominal teve seu risco aumentado em 52%; e a obesidade visceral (acúmulo de gordura entre os órgãos), em 63%.

O último tipo foi considerado o mais preocupante pelos pesquisadores, que o ligam a um aumento mais expressivo no risco de desenvolvimento de doenças como hipertensão arterial, diabetes tipo 2 e até mesmo de morte. O risco elevado pelos ultraprocessados é uma das muitas faces de um problema que está em alta no mundo. De acordo com levantamento da Imperial College de Londres, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade em crianças e adolescentes subiu 1.027% nos últimos cinquenta anos, o dobro do aumento observado na população adulta.

Do mesmo modo, pesquisa inédita coordenada por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); 80% das crianças brasileiras de até 5 anos costumam consumir alimentos ultraprocessados, como biscoitos, farinha e refrigerantes.

Segundo o levantamento que faz parte do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani); contou com analise de visitas domiciliares em 123 municípios brasileiros entre fevereiro de 2019 e março de 2020, totalizando 14.558 crianças menores de 5 anos.

 

 

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