O estrabismo é mais que o desalinhamento dos eixos visuais, um problema que, aparentemente, é apenas estético, mas é um distúrbio ocular que compromete a redução da visão e perda permanente da visão, caso não seja tratado. A estimativa é que quando o diagnóstico e tratamento começam cedo, a chance de cura é até 70% maior, e no caso das crianças podem ser corrigido sem cirurgias.
Essa doença pode surgir desde o seu nascimento por conta dos fatores genéticos ou ao longo da vida, Este problema também pode ser gerado através de outras doenças físicas (diabetes, doenças neurológicas) e visão, como hipermetropia de grau elevado e traumatismo na cabeça, ocorrido em acidentes. Seguindo a estimativa da Agência Internacional de Prevenção à Cegueira , é possível considerar que no Brasil tenhamos cerca de 29 mil crianças cegas por doenças oculares que poderiam ter sido evitadas ou tratadas precocemente.
Quem tem estrabismo vê tudo duplicado, isso porque o cérebro tem complexidade em assimilar imagens separadamente, já que cada um está alinhado de forma diferente. Com isso, com o passar do tempo, o cérebro passa a ignorar o que um dos olhos está vendo até desaparecer por completo.
Bullying
Além dos traumas que podem acontecer internamente, os portadores destes distúrbios, são alvos para sofrer de problemas psicológicos, econômicos e sociais. “Zoio torto”, “zarolho”, “olho preguiçoso”, são alguns dos apelidos designados a eles. As crianças pertencem ao grupo que passam pelo bullying e consecutivamente a depressão e até mesmo a automutilação.
A automutilação é um transtorno silencioso, que atinge 20% dos jovens brasileiros Este infortúnio ocorre por todo o Brasil e o mundo, mas especificamente em ambientes escolares. Onde jovens não agem pela razão e sim pela emoção, assim se tornou um problema que afeta mais do que as drogas.
O Brasil não tem estatísticas oficiais, mas todos os estudos internacionais chegam ao mesmo número e indicam que 20% dos jovens sofrem desse mal. E é com esse número que os ambulatórios de adolescentes do Hospital das Clínicas de São Paulo e do Hospital Universitário de Brasília, visitados pela reportagem, trabalham.
Causas
Geralmente os casos de estrabismo são causados por um erro de refração (miopia, hipermetropia ou astigmatismo) ou por conta de um desequilíbrio na força dos músculos que controlam o posicionamento dos olhos. Com a falta de tratamento a pessoa pode correr risco de perda da visão em um dos olhos (devido a erro de refração ou distúrbios menos comuns, tais como cataratas).
Outra causa menos comum, inclui paralisia ou fraqueza de um dos nervos cranianos que controlam os movimentos oculares (o terceiro, o quarto ou o sexto nervos), o que prejudica a capacidade de mover os olhos e mantê-los corretamente alinhados. Até mesmo uma fratura na região da órbita ocular pode bloquear o movimento dos olhos e causar o estrabismo.
Tipos de Estrabismo
Estrabismo convergente ou esotropia: Quando o olho é voltado para dentro, ou seja, para o nariz.
Estrabismo divergente ou exotropia: Quando o olho é voltado para fora, ou seja, para a orelha.
Estrabismo vertical ou hipertropia: Quando o olho é voltado para cima, para testa, ou para baixo, para o lado das bochechas.
Estrabismo horizontal e vertical ou Hipotropia: Pode haver combinações entre estes, sendo o ao mesmo tempo, um olho ser voltado para cima, porém voltado para o nariz.
Alternante: quando o desvio alterna-se de um olho para o outro (ora o direito, ora o esquerdo). Intermitente: quando há variação de alinhamento e desvio (ora com desvio, ora sem desvio), ocorrendo com mais frequência nos estrábicos divergentes.
Tratamento
Tratar de estrabismo pode ser algo simples, claro que depende de cada caso. Quanto mais cedo for identificado o problema, mais fácil se torna seu tratamento. Alguns tratamentos são resolvidos apenas com o uso de óculos e colírios. Pode ser feito uma estimulação com uso de tampões, fazendo que o outro fortaleça e volte a funcionar normalmente. Há casos que podem ser solicitadas cirurgias de correção.
Saiba mais
Redação Saúde no ar (Samantha Scarlet)
Fonte: Agência Internacional de Prevenção / Hospital das Clínicas de São Paulo e do Hospital Universitário de Brasília
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