Estações de tratamento de águas nos bairros é a melhor solução

Estações de tratamento de águas nos bairros é a melhor solução

O coordenador de Saneamento e Meio Ambiente – OSCIP Rio Limpo, engenheiro Joselito Oliveira Alves disse em artigo recente que o ‘Saneamento é o novo negócio”

Publicado na Tribuna da Bahia, Salvador 16/06/2020 12:52

Foto: Romildo de Jesus / Tribuna da Bahia

Por: Lício Ferreira

 

“As grandes estações de tratamentos de efluentes é coisa do passado. Hoje, elas devem ser descentralizadas e implantadas em bairros. O reuso das águas dessas estações poderiam ser utilizadas diretamente em redes para atender moradores e, principalmente, na manutenção de praças e jardins. Já as estações centrais, de grande porte, precisam de carros-pipas para atender aos locais solicitados o que ampliam os gastos”.

 

Esse esclarecimento, é do engenheiro e mestre em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais Pedro Ornelas Mendonça que ainda lembra: “Antigamente, nas casas de nossos avós, existiam dois tipos de água para uso: a potável para beber; e a de gasto, já utilizada em banhos para dar descarga nos banheiros entre outras utilidades. Hoje, a população usa agua potável para tudo, seja para beber ou lavar o carro e os passeios. Com isso, estamos chegando a exaustão dos mananciais”.

 

Pedro Ornelas revela, também, que “o Rio Joanes não consegue fazer a ‘descarga ecológica’ obrigatória por lei, desde 2013, quando a Embasa deixou de fazer esse tipo de manobra para poder aproveitar toda sua água. O rio está completamente exaurido e fétido no seu estuário, entre a praia de Buraquinho e sua última barragem, a de nº 1, que fica distante a 7 km do mar. Outro fato que também nos preocupa, é o Rio Ipitanga, hoje um esgoto a céu aberto!”

 

SANEAMENTO

 

O coordenador de Saneamento e Meio Ambiente – OSCIP Rio Limpo, engenheiro Joselito Oliveira Alves disse em artigo recente que o ‘Saneamento é o novo negócio’. “Vire e mexe a situação caótica do saneamento básico volta ao foco. 83% de atendimento com água tratada, 52% de coleta de esgoto e 46% de tratamento ao esgoto coletado a ser oferecido ao setor privado visam a ampliação de atendimento ao mercado da construção civil e de infraestrutura”.

 

Ainda segundo Joselito Alves, atualmente 300 das maiores cidades do mundo estão retomando os serviços de saneamento. Sobre a universalização e o atendimento à população pobre, ele diz que “infelizmente, essas populações ocupam áreas periféricas, não-urbanizadas ou precárias. Áreas úmidas ou alagadas. Saneamento básico depende de reordenamento urbano, remanejamento de populações e recuperação de áreas degradadas. Não é simples questionamento de modelagem estatal ou não. Trata-se de justiça e inclusão social, preservação ambiental, saúde pública, de habitação digna e de infraestrutura. O olhar, apenas, pela infraestrutura é caolho!”, conclui.

 

DENÚNCIAS

 

A Oscip Rio Limpo, que luta pela revitalização dos rios da RMS registrou em 11 anos de vigorosa atuação, centenas de denúncias junto a órgãos municipais, estaduais e federais. “Hoje, todos os rios estão podres, estão mortos, vizinhos das nossas casas exalando um odor fétido, que sentimos todos os dias. A saúde pública em permanente risco pela degradação ambiental que só se agrava, pois o saneamento básico iniciado no ano de 2010, com promessa de conclusão em 2013, até hoje se arrasta”, informa o coordenador Fernando Borba.

 

O coordenador da entidade diz que “Há anos a Embasa vem sistematicamente desrespeitando a lei da ‘descarga ecológica’, retendo completamente as águas dos rios Ipitanga e Joanes, deixando as calhas destes rios a jusante das barragens completamente secas”. Em seguida aponta: “Escorrem por elas os esgotos e águas das chuvas que chegam ao Joanes e por este temperam as nossas praias de Buraquinho, Busca Vida, Vilas do Atlântico e Ipitanga”.

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