Com a baixa cobertura vacinal, especialista estudam aplicar os imunizantes dentro das escolas. De acordo com a chefe de saúde do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Luciana Phebo, a vacinação nas escolas é uma forma de acelerar a retomada das coberturas vacinais, que precisam ser recuperadas antes que doenças controladas por elas voltem a incidir no país, como a paralisia infantil.
“Outros setores como a educação devem trabalhar junto com o SUS e o Programa Nacional de Imunizações. Se as escolas não atuarem junto, nós não vamos conseguir dar essa aceleração”, afirma Luciana Phebo.
A vacinação nas escolas já compõe os planos do Ministério da Saúde para enfrentar as baixas coberturas vacinais. A estratégia de multivacinação adotada no Amazonas e no Acre desde junho, prevê essa ação entre as possibilidades de vacinação fora dos postos de saúde.
Dessa forma, a vacinação de crianças e adolescentes nas escolas deve incluir o apoio de profissionais de saúde da atenção primária. Tendo a leitura de caderneta de vacinação, a vacinação propriamente dita, e o registro de doses aplicadas no Sistema de Informação Oficial do Ministério da Saúde. Assim, a iniciativa tem como público alvo crianças e adolescentes de 9 a 15 anos de idade. Ofertando vacinas como: dT, Febre Amarela, HPV, Tríplice Viral, Hepatite B, Meningite ACWY e Covid-19.
O Ministério da Saúde orienta ainda que a vacinação escolar deve ser precedida de ação pedagógica e de divulgação voltada aos estudantes a respeito da importância da vacinação. Caso o responsável não queira autorizar a vacinação da criança ou adolescente, ele deverá assinar e encaminhar à escola o “Termo de Recusa de Vacinação”.
De acordo com a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabela Ballalai, essa é uma estratégia necessária. “Em 1993, fiz minha primeira campanha vacinal em escolas, e, sem dúvida nenhuma, a literatura, a minha prática, a prática do Ministério da Saúde, mostram o quanto isso é importante. Essa estratégia ainda é usada no Brasil como uma forma de acesso, principalmente para adolescentes. Se não levar, eles não vão ao posto, então, é muito importante”.
Oito em cada dez mães concordaram com a frase “seria muito prático a vacinação do/da meu/minha filho/filha dentro da escola”. Para 85%, “se houvesse a possibilidade de a vacinação ocorrer na escola a cobertura vacinal infantil poderia ser maior”.
O questionário aplicado nas cinco regiões do país também mostrou que 81% das entrevistadas ficariam seguras com a vacinação dentro da escola se soubessem que ela seria realizada por profissionais de saúde qualificados. Segundo a pesquisa 91% das mães afirmam que provavelmente autorizariam os filhos a receber as doses na escola.