Especialista alerta diabéticos para autoaplicação de insulina

O doutor Augusto Pimazoni Netto, especialista em Endocrinologia e coordenador do Grupo de Educação e Controle do Diabetes do Hospital do Rim da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP – chamou a atenção para os riscos dos erros na autoaplicação da insulina, durante palestra promovida pelo Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), unidade da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), na terça-feira (07.04).
Na palestra que fez parte da sessão mensal da Cedeba sobre problemas relacionados com a diabetes, Pimazoni Netto alertou para a necessidade da educação dos pacientes diabéticos em relação ao autocuidado.
“A insulinoterapia – destacou – é muito importante para o bom controle glicêmico, quando observadas as recomendações essenciais. Se não for aplicada de forma correta, pode causar hiperglicemia e hipoglicemia. É indispensável para a sobrevida pacientes com diabetes tipo1 (DM1). Por outro lado, um contingente cada vez maior de pacientes com diabetes tipo 2 (DM2) passa a necessitar de insulina quando os medicamentos orais não atingem o desejável controle glicêmico. O doutor Pimazoni Netto fez questão de destacar, ainda, o trabalho do Cedeba, e comparou o paciente sem a orientação necessária sobre as corretas técnicas de aplicação de insulina a quem sai de uma concessionária com um carro sem saber dirigir.
Segundo afirmou a formação de grupos interdisciplinares de educação é uma estratégia fundamental para vencer a desinformação, que é o maior problema responsável pelo alto índice de descontrole do diabetes em nosso País. A realidade sobre a aplicação inadequada da insulina, problema que se constata até em países desenvolvidos da Europa – embora bem mais grave nos países em desenvolvimento – apresentada pelo palestrante, e as recomendações são fruto dos resultados de um estudo multicêntrico brasileiro, que contou com a participação de seis centros de alta qualificação em cuidados com as pessoas com diabetes, localizados em São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro e Jundiaí.
A análise crítica desses resultados mostra uma situação altamente preocupante das condições atuais da prática da insulinoterapia no serviço público de saúde e pode contribuir para a definição de estratégias educacionais, suficientemente eficazes para superar a crítica situação atual. Esse estudo foi o primeiro a conduzir uma avaliação quantitativa dos principais erros cometidos durante a aplicação de insulina, cujos resultados foram apresentados durante o 74º Congresso da American Diabetes Association, realizado em São Francisco (Califórnia), em junho do ano passado.
As sessões de atualização em diabetes, no auditório do Centro de Atenção à Saúde (CAS) acontecem sempre na primeira terça-feira do mês, tendo como público principal os trabalhadores do SUS, que atuam na assistência a diabéticos na atenção básica (capital e interior).

Fonte: Ascom/Sesab

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