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Escolas Cívico-Militares x Escolas Civis: Uma Análise Comparativa

A implementação do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (PECIM) no Brasil acendeu um debate acalorado sobre os seus benefícios e desvantagens em relação às escolas públicas tradicionais. Para embasar essa discussão, este artigo apresenta uma análise comparativa entre os dois modelos, abordando seus principais aspectos, vantagens e desvantagens, além de apresentar os argumentos e autores relevantes sobre o tema.

Estrutura e Gestão

Escolas Cívico-Militares:

Gestão: Compartilhada entre civis (secretaria de educação) e militares (através de um diretor-coordenador militar e equipe de supervisão).

Foco: Ênfase em disciplina, hierarquia e civismo.

Estrutura: Possibilidade de implementação de medidas como uniformes padronizados, sistema de faltas e atendimentos individuais.

 Escolas Civis

Gestão: Autonomia da secretaria de educação local, com participação da comunidade escolar.

Foco: Diversidade pedagógica e autonomia curricular.

Estrutura: Variedade de modelos, desde escolas tradicionais até escolas com metodologias inovadoras.

 

Proposta Pedagógica

Escolas Cívico-Militares

Currículo: Base Nacional Comum Curricular (BNCC) com ênfase em valores cívicos e militares, podendo haver disciplinas específicas.

Metodologias: Tradicional, com foco em conteúdos e memorização.

Avaliação: Ênfase em provas e notas.

Escolas Civis

Currículo: Base Nacional Comum Curricular (BNCC) com flexibilidade para adaptações e projetos.

Metodologias: Diversas, incluindo tradicional, construtivista, sociointeracionista e outras.

Avaliação: Diversas formas, incluindo provas, trabalhos, projetos e participação em sala de aula.

 

Vantagens e Desvantagens

Escolas Cívico-Militares

Vantagens

Maior disciplina e organização no ambiente escolar.

Melhora na sensação de segurança.

Possibilidade de aprimorar o patriotismo e os valores cívicos.

Redução da evasão escolar.

Melhora no desempenho acadêmico (resultados ainda incertos e controversos).

 Desvantagens

Militarização do ensino, com potencial repressão à criatividade e à autonomia dos alunos.

Falta de comprovação científica da efetividade do modelo.

Possibilidade de exclusão de alunos que não se adaptem à rigidez da disciplina.

Custos adicionais para implementação e manutenção do modelo.

Questionamentos sobre a neutralidade política e ideológica das escolas.

 

 Escolas Civis

Vantagens

Maior flexibilidade curricular e pedagógica.

Autonomia para experimentação de novas metodologias.

Valorização da diversidade e da inclusão.

Formação crítica e participativa dos alunos.

Menor custo de implementação e manutenção.

 Desvantagens

Desafios na gestão da disciplina e na segurança.

Desigualdade na qualidade do ensino entre diferentes escolas.

Dificuldades na implementação de projetos inovadores.

Influência de fatores externos, como carência de recursos e instabilidade política.

 

Argumentos e Autores

Autores a favor das Escolas Cívico-Militares

Ricardo Vélez Rodríguez: Ex-ministro da Educação, defende o modelo como forma de melhorar a qualidade do ensino público através da disciplina e dos valores cívicos.

General Heleno Lopes: Ex-comandante do Exército Brasileiro, argumenta que a experiência militar pode contribuir para a formação de cidadãos mais responsáveis e disciplinados.

Maria Helena Guimarães de Castro: Professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), defende o modelo como forma de reduzir a violência nas escolas.

 

Autores contra as Escolas Cívico-Militares:

Henrique Vieira: Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), critica a militarização do ensino e defende a autonomia das escolas públicas.

Demócrito Tavares Neto: Professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), questiona a falta de comprovação científica da efetividade do modelo.

Maria Alice Rezende de Carvalho: Professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), adverte sobre os riscos da exclusão de alunos que não se adaptem à rigidez da disciplina.

 

A sociedade precisa discutir a educação como elemento fundamental para o desenvolvimento da sociedade moderna. São muitos elementos e desafios que devem estar sobre a mesa, além da segurança, disciplina e ordem. Infelizmente estamos distantes de uma educação baseado nos princípios do bem estar social.

Não podemos deixar de ressaltar os desfechos das interseções das revoluções digitais e do conhecimento que estamos vivendo, tudo há um click. Tanto as escolas cívico-militares como as escolas civis estão diante desses desafios.

Para construir uma sociedade saudável, próspera e sustentável, precisamos primeiro compreender, acolher, incluir e qualificar os atores dessa sociedade. A escola sozinha, a família sozinha, a religião sozinha, a comunidade sozinha, sem interações construtivas não construirá uma sociedade de bem estar social. Se insistirmos em uma sociedade sectária e isolada, continuaremos enxugando gelo em cada ato, em cada cenário profissional, e construiremos as falsas soluções à parte.

A comunidade escolar com seus indicadores vê o cenário em prantos, havidos por soluções de disciplina com amor.

Ezequiel Oliveira

CEO/Saúde no Ar

Físico com mais de 25 anos de atuação em Física Médica.  Mestre em Medicina e Saúde Humana – Faculdade Bahiana de Medicina. Formado em Física pela Universidade Federal da Bahia e Pós Graduado pelo Instituto Nacional do Câncer. Diretor Executivo do Saúde no Ar, Professor do município de Camaçari. Físico Especialista em Radioterapia, Medicina Nuclear credenciado a ABFM- Associação Brasileira de Física Médica e Supervisor de Radioproteção credenciado a CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear. Especialização fora do país: Sistema de Gerenciamento e Planejamento em Radioterapia, VARIAN SYSTEMS, Las Vegas, USA.

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