Sete sociedades médicas encaminharam uma carta à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), expressando a preocupação com a crescente utilização indevida de implantes hormonais no Brasil.
De acordo com as entidades, a aplicação desses implantes, frequentemente contendo esteroides anabolizantes e apelidados de “chip da beleza“, é promovida como parte de estratégias que exaltam um ideal de corpo perfeito e estilo de vida saudável, mas que não possui respaldo ético e científico.
O texto é assinado pela ABESO (Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), a FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), a SBMEE (Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte). Bem como, a SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), a SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) e a SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia).
Segundo especialistas (e as entidades médicas), o uso do “chip” representa um risco à saúde e não tem qualquer comprovação científica de que traga os resultados prometidos.
“Não existe dose, tampouco acompanhamento médico que garanta segurança para o uso de hormônios para fins estéticos ou de performance. Os efeitos colaterais podem ser imprevisíveis e graves, com os riscos ultrapassando qualquer possível benefício”, alertam as entidades na carta.
Além disso, no texto, as sociedades médicas pedem providências à Anvisa com relação à prescrição, comercialização e uso desses implantes hormonais. Pedindo a agência o aprimoramento no controle do uso de esteroides anabolizantes, seja por meio de notificação de receita A (usada para a prescrição de substâncias entorpecentes e psicotrópicas) ou através de sistema eletrônico de prescrição.
A proibição das terapias hormonais com fins estéticos ocorreu pelo Conselho Federal de Medicina em abril deste ano. O motivo: não há comprovação da segurança. Entre os pontos utilizados para proibição, está que os chips podem guardar diversos hormônios que são administrados em quantidades diferentes e que devem ser liberadas aos poucos no corpo.
No entanto, os estudos não mostraram, de forma clara, o perfil de absorção dessas substâncias e, com isso, as reações adversas.
Fonte: G1
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