Texto e fotos: Linda Gomes
O Conselho Federal de Farmácia (CFF), em parceria com o Fórum dos Conselhos Federais da Área da Saúde (FCFAS), realizará nesta sexta-feira (24), em Brasília, um encontro para debater sobre a portaria do MEC que prevê ensino à distância nos cursos de graduação, em saúde.
O debate, na Bahia, ocorreu na última segunda-feira (20) na Assembleia Legislativa (AL-BA), onde profissionais da área, estudantes e autoridades do estado, estiveram presentes. O ensino online de graduação, atualmente é realizado no modelo flex: metade das disciplinas pela web e a outra metade presencial, (seguindo uma outra portaria do MEC as entidades de ensino podem disponibilizar até 20% do conteúdo no modelo EAD).
Para Soraya Amorim, diretora da Federação Nacional de Farmácia (FNFA), a discussão não é “Somente contra os 100% EAD, mas também contra os cursos que oferecem o modelo semipresencial.
De acordo com a direção do CRF-BA, a autarquia se posiciona contra a oferta na modalidade “ensino à distância” (EAD), pela complexidade da formação do profissional farmacêutico e pela necessidade de excelência nesse processo, diante da importância dos seus serviços prestados à comunidade, em parceria com as equipes multiprofissionais de saúde.
José Jorge da Silva, presidente do Sindicato dos Farmacêuticos de Feira de Santana (Sindifarma-FS), questionou sobre como o MEC prevê a formação humana desses profissionais, já que não haverá aulas práticas e nem contato direto com o paciente.
A farmacêutica recém-formada, Juliana Passos, comentou sua experiência no mercado de trabalho: “formei em uma faculdade de Salvador, com modalidade flex de ensino, e quando tentei trabalhar em um laboratório de análise clinica, me senti incapaz de avaliar uma amostra, já que não tive a disciplina em sala de aula”.
Com a proposta de contemplar os brasileiros que aspiram uma formação superior e, por diferentes razões – principalmente, econômicas – não encontra condições de ingressar nos cursos atualmente oferecidos, o curso à distância para ensino superior foi criado. No entanto, as instituições que até o momento ofertam no Brasil essa alternativa, implantam seus cursos em localidades onde já existem os presenciais, deixando de cumprir a proposta inicial do projeto.
O Deputado Fabrício Falcão (PC-do B), presente no evento da AL-BA, se comprometeu a levar a pauta para o Ministério público e para o governador do estado, Rui Costa, a fim de barrar a implantação desta modalidade de ensino, na Bahia.
O presidente do Conselho Regional de Farmácia (CRF-BA), Mário Martineli Junior, convidou a sociedade civil a acompanhar a luta da categoria pela defesa do ensino de qualidade, e ressaltou que se a portaria for colocada em prática, a vida da população será posta em risco.
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