Disseminar fakes news se tornou um problema de saúde pública e médicos debatem mecanismos para combatê-las. Para desmentir boatos que circulam na internet, Ministério da Saúde criou serviço para checagem de informação. Em um ano quase 80% das dúvidas encaminhadas ao órgão eram falsas.
As mensagens falsas disparadas, sobretudo via aplicativos de telefones celulares, tornaram-se um problema de saúde pública não só no Brasil, mas em todo mundo. As chamadas “fakes News” (notícias falsas em tradução livre) tem ocupado um espaço de destaque da troca de mensagens e acabam prestando um desserviço à população, além de estimular a automedicação. O assunto ganhou tanta relevância nos últimos anos que o Ministério da Saúde disponibilizou um serviço, através de aplicativo para smartphones, no qual é possível checar a veracidade das informações. Entre agosto de 2018 desse ano, o serviço recebeu cerca de 11.500 ligações, das quais 77% delas eram notícias falsas.
O hepatologista do Hupes e professor da UFBA, Raymundo Paraná, alerta que os perigos das notícias falsas têm sido banalizados. “Atualmente poucas pessoas se preocupam com a fonte da notícia. Já vimos, em diversos aspectos, que os efeitos podem ser perigosos. Na saúde isso não é diferente. Vemos muitas pessoas vendendo algo que promete um efeito que na verdade não tem. Isso é algo muito perigoso para o paciente, além de sobrecarregar o Sistema Único de Saúde (SUS). Um paciente, por exemplo, que é atraído até uma medicação com notícias falsas e tem problemas implica em onerar o SUS”, revela.
No âmbito da saúde, os efeitos das fake news também podem ser desastrosos. As informações falsas mais populares estão relacionadas aos falsos milagres de emagrecimento envolvendo dietas e procedimentos estéticos que continuam induzindo pessoas a se submeter a riscos que têm custado vidas em alguns casos.
As consequências das “fake News” podem ser graves e irreversíveis. Atualmente, elas são tratadas na saúde como um grave problema de saúde pública. Elas podem, inclusive, em alguma circunstância, levar as pessoas a comportamentos absolutamente autodestrutivos. Ainda podem provocar um excesso de exames e tratamentos, também podem confundir o médico e ainda têm um potencial de atingir a muitas pessoas.
Evento – O tema de combate às fakes news será abordado no I Encontro de Comunicação e Saúde da Bahia – ECOMS-BA, que será realizado no dia 7 de dezembro, em Salvador. A inscrição será solidária, mediante doação de 2 latas de leite em pó que serão destinadas às Obras Sociais de Irmã Dulce (OSID), e estará aberta até o dia 30 de novembro. As vagas para o evento são limitadas.
O evento é uma realização da Assessoria de Comunicação do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos da Universidade Federal da Bahia e vinculado à Rede Ebserh (Hupes/UFBA – Ebserh) juntamente com o Grupo de Pesquisa Educação e Comunicação em Saúde (ISC|UFBA) e o Sistema Universitário de Saúde (SIUNIS/UFBA).
Inscrições: www.ecoms-ba.ufba.br
Palestra : Raymundo Paraná Ferreira Filho Hupes/UFBA
Professor Titular da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia. Pesquisador Nível 1 CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Atual Presidente da Associação Latino-Americana para o Estudo do Fígado.
Palestra:
8:50 – 9h30 – Fake News: Um desafio para a prática profissional em saúde
Serviço:
O quê? I Encontro de Comunicação e Saúde da Bahia – ECOMS-BA
Quando? 07 /12/2019 – 8h às 18h
Como? Inscrição solidária até 30/11/19
Quem? Gestores, profissionais das áreas da comunicação, da saúde e interessados no tema
Onde? Escola de Saúde Pública do Estado da Bahia – ESPBA.
Assista a entrevista de Patrícia Tosta com o hepatologista, Vinícius Nunes, falando sobre o Tema Fake News,
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