Tecovirimat é o único remédio aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratamento da varíola dos macacos
Mas o acesso a esta medicação é muito restrito no Brasil
Em relatório de outubro, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla original em inglês) dos Estados Unidos alertou que a doença pode causar “sérias complicações” nos olhos, com cinco casos registrados no país entre agosto e setembro, todos tratados com tecovirimat. Os problemas de visão casados pela varíola dos macacos são raros, mas podem ocorrer.
Questionado pelo Estadão, o Ministério da Saúde informou que os critérios para acesso ao tecovirimat são resultado laboratorial positivo com lesão visível ou paciente internado com a forma grave da infecção. Para este segundo grupo, leva-se em conta a presença das seguintes manifestações clínicas: encefalite, pneumonite, lesões cutâneas com mais de 250 erupções pelo corpo, lesão extensa em mucosa oral e/ou lesão extensa em mucosa retal.

Segundo a pasta, até o momento foram entregues 28 tratamentos ao Brasil por doações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da fabricante. Desses, 16 chegaram em novembro, dos quais dez foram diretamente encaminhados aos pacientes elegíveis.
a médica Luciana Finamor, especializada em infecções oculares pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Por isso, é importante ter acesso ao antiviral, para termos melhor condição de combater a doença.”
Segundo a reportagem exclusiva do jornal O Estado de São Paulo, pacientes brasileiros que esperaram até dois meses por entrega do tecovirimat pelo Ministério da Saúde tiveram perda da visão; reversão do quadro ainda não é garantida
Ainda não temos visto casos oculares graves ( no exterior) como aqui no Brasil, porque em outros países eles estão usando muito cedo o antiviral, logo no início dos sintomas”, informou Luciana