Pesquisa realizada pelo Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância – Fiocruz/Unifase) revela quadro preocupante em relação à obesidade em crianças e adolescentes no Brasil. Apesar de tendência de queda nos números da última década entre as crianças até 5 anos, o excesso de peso atingiu uma em cada 10 crianças brasileiras e um em cada três adolescentes (10 a 18 anos) em 2022.
Além disso, entre 2019 e 2021, período que engloba a pandemia de Covid-19, o número de crianças com excesso de peso no país cresceu 6,08%. O aumento entre os adolescentes foi ainda maior: de 17,2%.
O levantamento, utilizou dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan-WEB), ferramenta de monitoramento de indicadores de saúde e nutrição. A análise contou com dados de obesidade em crianças menores de cinco anos e adolescentes entre 10 e 18 anos no Brasil ao longo de um período de 10 anos (2013-2022).
“Nos anos de pandemia, observamos um aumento nos índices de obesidade infantil possivelmente consequência do aumento no consumo de ultraprocessados”. Alerta Cristiano Boccolini, pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e coordenador do Observa Infância.
Em comparação com outros países, o Brasil possui quase três vezes mais crianças com excesso de peso do que a média global (14,2% no Brasil em 2022 e 5,6% da média global registrada no mesmo ano). Em relação aos adolescentes, a situação é ainda mais crítica. No Brasil, em 2022, a média nacional apontou que 31,2% dos adolescentes estavam com excesso de peso, quase o dobro da média global (18,2%).
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