A Universidade de São Paulo (USP) no município paulista de São Carlos, ficou numa situação difícil depois que o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-SP) reconsiderou a decisão que proibia a distribuição da fosfoetanolamina sintética, substância que seria capaz de combater o câncer. A decisão do TJ-SP se baseou na do Supremo Tribunal Federal (STF), que na quinta-feira da semana passada (08.10), determinou a entrega da substância para uma paciente do Rio de Janeiro.
Depois disso, mais 700 liminares concedidas em primeira instância voltaram a ter validade e grandes filas se formaram na frente da universidade em busca do remédio. Ocorre que a droga ainda não foi testada em humanos, e, sequer tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A grande procura pela fosfoetanolamina, segundo matéria do jornal “O Estadão”, levou à distribuição de senhas e fez com que a Universidade de São Paulo (USP) divulgasse um comunicado, explicando que não é indústria química nem farmacêutica, portanto não tem condições de atender demandas em grande escala e que as cápsulas, produzidas pela USP no campus de São Carlos, têm capacidade de produção limitada.
Doentes, parentes e amigos de pessoas com câncer,assim como a mãe do pequeno Thiago, 9, que tem câncer no pulmão, iniciaram uma campanha nas redes sociais para tentar liberar a droga para todos os pacientes. A mãe do garoto conta que os quimioterápicos estão sendo muito agressivos e mais nocivos do que benéficos, e que agora só restam os tratamentos alternativos.Ela já conseguiu12 mil assinaturas em favor da fosfoetanolamina.
Para a USP, “exploradores oportunistas” estão fazendo propaganda da droga, que não é remédio. Fontes da instituição levantaram a possibilidade de “denunciar ao Ministério Público” profissionais de diferentes áreas que estão se beneficiando do desespero e da fragilidade das famílias e dos pacientes.
*Redação Portal Saúde no AR