Nesta quarta-feira (5), o Doodle do Google homenageia a enfermeira australiana Elizabeth Kenny, fundadora do Método Kenny, um tratamento alternativo para poliomielite.
Criada por ela, a técnica foi responsável pela reabilitação de milhares de vítimas da doença no mundo inteiro enquanto a vacina não era uma possibilidade.
Elizabeth Kenny nasceu em 1880, em Nova Gales do Sul, Austrália. Desde cedo ela foi uma excelente leitora, mas recebeu pouca educação formal ao longo da vida. Contudo, com o tempo, Kenny começou a se dedicar aos estudos de medicina e anatomia humana, mas não pôde frequentar uma faculdade. Aos 17 anos, se voluntariou para ajudar num hospital, onde acompanhou o trabalho de enfermeiras e médicos por mais de uma década. Daí, com a enorme experiência de adquirida no trabalho, ela abriu sua própria clínica de enfermagem em Darling Downs, região agrícola de Queensland, também na Austrália.
Em 1911 que Kenny se deparou com seu primeiro paciente de poliomielite. Sem saber o tratamento padrão adotado na época (imobilização total por longos períodos), a enfermeira optou por aplicar compressas quentes nos membros afetados pela rigidez muscular, combinadas com exercícios de mobilidade para fortalecimento.
Dessa forma, o método alternativo funcionou e surpreendeu a comunidade médica do país. Assim, com a disseminação da ideia para outros centros de tratamento, a técnica foi batizada como Método Kenny. Em 1940, a enfermeira viajou para os Estados Unidos e abriu novos centros de reabilitação, parte dos Sister Kenny Institute, uma das instituições de referência mundial para o tratamento de poliomielite.
Com o sucesso do tratamento, Kenny foi honrada com títulos honorários da Universidade Rutgers (Nova Jérsei, Estados Unidos) e da Universidade de Rochester (Nova York, EUA). Pouco tempo depois, o presidente americano Harry Truman concedeu à Elizabeth Kenny o direito de entrar nos EUA sem precisar de visto, um privilégio nunca concedido a um cidadão não estadunidense.