Os pombos são aves que se adaptaram facilmente aos centros urbanos e que trazem riscos à saúde pública. Estes animais podem sobreviver por mais de quatro anos nas cidades por haver recursos fartos para a sua sobrevivência, além de se reproduzirem rapidamente e possuírem poucos predadores.
Um pombo produz em média 2,5Kg de fezes/ano as quais danificam a pintura de veículos, faixadas de prédios e monumentos históricos. Além disso, existem mais de 60 zoonoses transmitidas por pombos, como a criptococose, histoplasmose, salmonelose, clamidiose, além de dermatopatias e alergias respiratórias. Estas doenças podem causar desde sintomas e sinais clínicos brandos até mesmo graves. Tanto a criptococose quanto a histoplasmose são doenças causadas por fungos e ocorrem pela inalação de estruturas fúngicas presentes na poeira que contêm fezes ressecadas dos pombos. Ambas doenças podem ser graves em pessoas com comprometimento imunológico, como em pacientes HIV positivos ou em tratamento imunossupressivo, como ocorre em pacientes recém-transplantados. Nos quadros clínicos mais graves pode haver meningoencefalite e/ou pneumonia fúngica severa, além da doença na forma disseminada. As fezes dos pombos contendo espécies da bactéria Salmonella também podem contaminar a água e alimentos causando gastroenterite. Já as alergias podem estar associadas aos ácaros que parasitam os pombos e que podem contaminar os filtros dos aparelhos de ar-condicionado, causando rinites alérgicas e asma, assim como dermatites, como a urticária. Estas doenças também podem acometer outras espécies de animais, como cães, gatos, ruminantes e jabutis. Além das fezes dos pombos, os ninhos e penas podem atrair diversos insetos e roedores que também transmitem doenças.
A melhor maneira de controlar e prevenir as doenças transmitidas por pombos é controlar a superpopulação destes animais. Esta superpopulação é nociva não somente para a população humana, mas também aos próprios pombos, que acabam tendo que aumentar a disputa por alimentos, abrigos e poleiros. Os malefícios também estão associados ao aumenta do pisoteio, da troca de doenças entre eles e da dependência humana para a sua alimentação. O controle de pombos sempre é um assunto polêmico pelo fato de serem animais facilmente domesticados e estarem associados ao símbolo da paz. Cabe ressaltar que o controle é baseado em métodos humanitários e não no extermínio destes animais, até mesmo porque configuraria em crime ambiental. Para tanto, as campanhas educativas que visam esclarecer a população sobre os danos de alimentar os pombos sobre a saúde pública e ambiental são essenciais. Outras ações que podem ser realizadas para evitar a proliferação dos pombos são: retirar os ninhos e ovos; evitar o acesso dos pombos nas edificações pelo uso de telas em varandas, janelas e caixas de ar-condicionado; vedar forros ou qualquer buraco que os dê acesso; colocar grampos em beiras para evitar que pousem e acondicionar corretamente o lixo para não servir de alimento. É importante que as fezes de aves sejam molhadas ou umedecidas de preferência com solução desinfetante antes da varredura e indica-se, juntamente, o uso de máscara ou pano úmido sobre a boca e narinas para tal atividade. O uso de repelente contra pombos como controle químico, desde que devidamente aprovado e registrado pelo Ministério da Saúde e IBAMA, também é aceito, porém sua eficácia só é alcançada quando usado em conjunto com os métodos físicos anteriormente mencionados.
É muito importante sensibilizar a população sobre os perigos para a saúde pública e ambiental da interação com os pombos. O manejo da população destes animais visa reduzir de maneira gradual a população de um local, através da redução de abrigo e fontes de alimentação.
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Fonte: Nadia Rossi de Almeida
Foto: Google
Redação Saúde no Ar
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