A África e o sudeste asiático são as regiões com a maior taxa de mortalidade no mundo, causadas por doenças alimentares: são 320 mil mortes anuais na região, em comparação com cinco mil na Europa e nove mil na América. Os dados fazem parte do relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) publicado nesta quinta-feira (03.12) informando que as doenças relacionadas à alimentação provocam a cada ano a morte de 420 mil pessoas, incluindo crianças com menos de 5 anos, afetando cerca de 600 milhões de pessoas.
Conforme o informe, o primeiro da organização sobre a questão, um em cada 10 afetados ficou doente por ter consumido alimentos contaminados por bactérias, vírus, parasitas, toxinas ou produtos químicos.
Os dados são uma estimativa “prudente”, resultado de 10 anos de pesquisa, conforme a OMS. Kazuaki Miyagishima, diretor do Departamento de Segurança Alimentar da OMS, que também trata de zoonoses (doenças e infecções que são transmitidas dos animais ao homem) e doenças relacionadas com a alimentação, afirmou que cerca de 30% das mortes por essas doenças são de crianças menores de cinco anos, um percentual significativo, considerando que elas representam apenas 9% da população mundial.
Para a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, “até agora, as estimativas sobre este problema eram vagas e imprecisas, e escondiam o custo humano real de alimentos contaminados. O relatório põe as coisas no lugar”, com a aquiescência de Migayishima: “Estas doenças afetam pessoas em todo o mundo, em particular as crianças com menos de cinco anos e as populações de regiões de baixa renda”, disse .
As doenças diarreicas – causadas pela ingestão de carne crua ou mal cozida, ovos ou produtos lácteos ou frescos contaminados- são responsáveis por mais da metade do total das doenças atingindo 550 milhões de pessoas e causando 230 mil mortes por ano (96 mil delas crianças), indicou a OMS.
Redação Saúde no Ar
(A.V)