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Diagnósticos e tratamento de doenças em tempos de Covid-19

Como o isolamento social se estendendo mais do que o esperado, uma preocupação atinge especialistas da área de saúde: o atraso na realização de diagnósticos e tratamento de doenças, além da queda no número de realização de cirurgias.

Diante da gravidade da pandemia causada pela Covid-19, médicos alertam que é essencial que o tratamento não seja negligenciado, sobretudo em pacientes oncológicos, aqueles com maior gravidade e os que necessitam de cirurgias e acompanhamento médico continuado.

As sociedades Brasileira de Patologia (SBP) e Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) estimam que milhares de diagnósticos de câncer deixaram de ser realizados em todo o Brasil.

De acordo com os dados divulgados, cerca de 90 mil brasileiros não foram diagnosticados nos últimos meses.

Os motivos para o atraso no diagnóstico são muitos: recomendações médicas, redução da capacidade de atendimento hospitalar e o receio dos pacientes diante da possibilidade de contaminação pelo coronavírus.

“A ausência do paciente nos consultórios, tanto com relação a diminuição de consultas, quanto em relação a realização de cirurgias, sobretudo as eletivas, dificulta o início do tratamento de forma precoce.

A videoconsulta tem sido uma alternativa para os que precisam evitar essa exposição, mas existem casos em que a consulta presencial é primordial”, pontua o médico Gabriel Carletto, cirurgião de cabeça e pescoço e membro do It – Instituto Integrado Endocrinologia e Cirurgia. Nos casos dos cânceres da região da cabeça e pescoço, alguns tumores podem evoluir num período curto de tempo, por isso a importância do diagnóstico e tratamento na fase inicial. “O diagnóstico rápido e eficaz é fundamental e, muitas vezes, minimiza os efeitos colaterais do tratamento e traz menos desgaste ao paciente, além de ampliar a sua resposta à medicação e oferecer uma maior taxa de cura.

É importante ressaltar que o negligenciamento resulta no atraso da detecção de algumas patologias, o que pode levar a um pior desfecho, a depender do caso”.

De acordo com Gabriel Carletto, a recomendação para os pacientes com necessidade de cirurgias ou situações clínicas especiais é que mantenham o acompanhamento médico continuado, sigam as orientações dos especialistas, mantenham hábitos de vida saudáveis e evitem o tabagismo e o abuso de bebidas alcoólicas.

“É preciso manter as medicações de uso contínuo, agendar as consultas em horários específicos e, se surgirem sintomas ou necessidade de procedimentos cirúrgicos, evitar adiar as cirurgias”, orienta. Outra preocupação dos especialistas é que, no período pós-pandemia, ocorra uma epidemia de casos de tumores avançados, situação que sugere um pior prognóstico ao paciente e pode gerar caos no Sistema Único de Saúde.“O atraso, suspensão ou adiamentos de procedimentos prejudicam os tratamentos. Esta situação, em muitos casos, gera incertezas e angústias aoe pacientes e familiares”, finalizou Carletto.

O assunto foi tema desta quarta-feira (29.07) no Programa Excelsior Saúde .

Patricia Tosta conversou com Dr. Gabriel Carletto – Médico cirurgião de cabeça e Pescoço e membro do It e da Sociedade Brasileira de Cirurgiões de Cabeça e Pescoço (SBCCP).

Ouça entrevista na íntegra:

O Excelsior Saúde, acontece das 9 às 10h com transmissão pela Rádio Excelsior AM 840.Acompanhe pelo site: https://redeexcelsior.com.br e participe pelo telefone 71 – 3328-7666 e whats app (71) 9-9681-3998.

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